Funai garante que kadiwéus vão permitir entrada de fazendeiros para vacinação

Programada para ter início nesta quarta-feira (16), a vacinação dos rebanhos das áreas de retomada de posso de terras dos índios kadiwéus deve começar com supervisão de equipes da Iagro e Funai sem interferência indígena, foi o que garantiu o coordenador regional da Funai, Edson Fagundes. “Nós estamos aqui para fazer o nosso papel, que […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Programada para ter início nesta quarta-feira (16), a vacinação dos rebanhos das áreas de retomada de posso de terras dos índios kadiwéus deve começar com supervisão de equipes da Iagro e Funai sem interferência indígena, foi o que garantiu o coordenador regional da Funai, Edson Fagundes.

“Nós estamos aqui para fazer o nosso papel, que é acompanhar esta vacinação de forma que ela aconteça pacificamente”, disse o coordenador.

O acordo foi feito durante uma reunião com a Seprotur (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo), a Iagro e a Funai. “Desde o início os índios não estão impedindo a entrada dos fazendeiros para a retirada dos seus bens, não vão atrapalhar agora a vacinação”, garantiu Edson.

Para o líder indígena Francisco Matchua, é importante vacinar o gado da região porque o gado indígena também está lá. “Temos cerca de 1.000 vacas reprodutoras que precisam ser vacinadas, inclusive as doses foram concedidas pela Iagro para nós”, completou.

Aldeia 31 de Março

Segundo dados da Funai, são 13 fazendas que tiveram seus territórios retomados pelos índios, numa área aproximada de 160 mil hectares. “Estamos em 150 famílias na nossa aldeia, que se chama 31 de Março”, disse Francisco Matchua.

A decisão sobre as terras deve sair no próximo dia 17, quando o juizado de Corumbá vai olhar a documentação enviada pela Funai e fazendeiros sobre a ocupação. Edson Fagundes disse que no relatório, não há relatos de armas nem uso da violência por parte dos índios.

Matchua garantiu que só índios guerreiros estão no local com cavalos deles, cerca de cinqüenta animais. “Não existe isso de índio kadiwéu armado, estamos com flechas e coragem na região”, defendeu os índios em resposta às imagens divulgadas pela OAB/MS.

“Houve um engano e aquela foto é dos índios guaranis do sul. Também não há morte de animais, nós estamos alimentando os que ficaram nas fazendas e que os produtores se recusaram a ir retirar”, relata.

Conteúdos relacionados