Feministas fazem carta de repúdio e pedem delegacia da mulher 24h em Campo Grande

Uma carta aberta de repúdio em relação aos casos de mulheres assassinadas em Mato Grosso do Sul, que estão com as investigações “travadas”, ou seja, sem andamento no inquérito policial, está sendo elaborada por grupos feministas na tarde desta sexta-feira (22), no Plenarinho da Assembleia Legislativa, em Campo Grande. Hoje, a Capital iria sediar uma […]

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Uma carta aberta de repúdio em relação aos casos de mulheres assassinadas em Mato Grosso do Sul, que estão com as investigações “travadas”, ou seja, sem andamento no inquérito policial, está sendo elaborada por grupos feministas na tarde desta sexta-feira (22), no Plenarinho da Assembleia Legislativa, em Campo Grande.

Hoje, a Capital iria sediar uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) sobre a violência contra a mulher no País, porém o evento ocorreu apenas com feministas, sem a presença das representantes do Conselho Estadual do Direito das Mulheres, que foram convidadas a uma audiência pública no Congresso Rio + 20 e desmarcaram a presença na Capital.

Mesmo assim, indignadas com os dados que apontam o Estado como sendo o sexto mais violento em relação a mulher no país, representantes de mulheres em aldeias indígenas, assentamentos rurais, feministas que lutam pelos direitos humanos, dignidade e igualdade de direitos, decidiram discutir o tema e elaborar a carta de repúdio.

Entre os pedidos, Cris Duarte, presidente do Comitê Estadual de Defesa da Lei Maria Penha, afirma que a volta do funcionamento 24h da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher) é essencial.

“Pelo número de habitantes em Campo Grande, deveríamos ter ao menos quatro delegacias. Uma nas moreninhas foi desativada e a outra que funciona foi para perto do shopping, prejudicando as pessoas mais carentes, então o funcionamento 24h é uma das nossas principais reivindicações”, afirma Duarte.

Assasinatos brutais

Ao menos uma mulher assassinada por mês em Mato Grosso do Sul. E, em sua maioria, não é uma morte comum, mas com requintes de crueldade. O levantamento, de 2010 até agora, é do deputado estadual Pedro Kemp (PT), com base nas notícias veiculadas na mídia neste período.

Com os dados, o deputado esteve na discussão e comentou sobre a cultura machista não só no estado, mas em todo o país. “É uma vida interrompida de uma jovem, uma senhora com filhos e muitas outras histórias (diz, se referindo aos assassinatos). E neste espaço as mulheres nos deram muitos exemplos de que temos um estado eminentemente agrário e machista. Até as músicas sertanejas se remetem as mulheres como se ela fosse um objeto para ser usado e abusado”, avalia o deputado.

O deputado diz ainda que em Mato Grosso do Sul, com a população atual de R$ 2,6 milhões de habitantes, ainda aponta a cidade de Ponta Porã como a 10ª do país mais violenta com relação a mulher. “Os dados são preocupantes e podem ser ainda maiores se a gente considerar os casos que não são divulgados na mídia”, conclui o deputado.

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