Eleição de domingo na Grécia será crítica para o país e para UE
A campanha eleitoral foi encerrada neste sábado na Grécia, faltando apenas 24 horas para uma das eleições mais imprevisíveis e críticas de sua história, que poderão pôr em dúvida o futuro do país na União Europeia e abalar a moeda comum do bloco. As pesquisas de intenção de voto mostraram ser impossível prever como os […]
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A campanha eleitoral foi encerrada neste sábado na Grécia, faltando apenas 24 horas para uma das eleições mais imprevisíveis e críticas de sua história, que poderão pôr em dúvida o futuro do país na União Europeia e abalar a moeda comum do bloco.
As pesquisas de intenção de voto mostraram ser impossível prever como os eleitores agirão no domingo, fato que agravou os temores de caos político que poderia reavivar a crise de dívida na zona do euro, desencadeada pela Grécia em 2009.
A mídia local enfatizou a importância do voto. “Diante do difícil dilema de escolher entre ficar com o euro ou ir à falência, os eleitores vão às urnas na eleição mais crítica das últimas décadas”, assinalou o jornal de centro-esquerda Ta Nea.
O semanário Proto Thema observou que a votação é a mais dramática desde a queda da ditadura militar, em 1974, enquanto o diário de centro-esquerda Ethnos observou: “O que estamos sendo chamados a fazer é determinar com nosso voto se o país terá um futuro, ou não.”
Os gregos estão revoltados com o fato do país ter mergulhado em uma das piores recessões da Europa desde o fim da Segunda Guerra.
Por isso, a previsão é que abandonem os dois partidos até então dominantes na cena política, voltando-se para vários grupos alternativos contrários ao pacote de resgate internacional de 130 bilhões de euros, que vem mantendo o país à tona, mas é imensamente impopular entre os gregos por impor cortes muito duros.
As últimas pesquisas de intenção de voto -antes de entrar em vigor uma proibição de divulgação de sondagens, duas semanas atrás- indicavam que o partido conservador Nova Democracia e o socialista Pasok, que apoiaram o resgate internacional, ficariam em primeiro e segundo lugar.
Mas o apoio às duas siglas foi corroído pela revolta com a crise, que reduziu os benefícios sociais, elevou as taxas de desemprego para patamares entre os mais altos da Europa e provocou uma onda de suicídios de empresários e aposentados desesperados.
Se os dois partidos não conseguirem a maioria necessária para a formação de uma coalizão de governo, terão de buscar o apoio de legendas contrárias ao resgate, o que preocupa os mercados.
Nesse quadro, a Grécia poderia renegar suas promessas aos credores estrangeiros e adotar uma decisão que conduziria à falência e saída da zona do euro, com risco de contagiar outros países da UE afetados pela crise, como Itália e Espanha.
A estimativa é que um número recorde de oito a dez partidos obtenha cadeiras no Parlamento e quatro pequenas legendas se tornem decisivas para a formação de uma coalizão de governo.
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