Dólar encosta em R$ 2 e Bovespa perde 3,21% em meio a impasse grego
O impasse político na Grécia e a possibilidade de que a economia da China esteja desacelerando mais que o previsto levaram temor aos mercados internacionais nesta segunda-feira (14). Aqui no Brasil, esse cenário foi impulsionado ainda por uma especulação interna. A cotação do dólar comercial fechou em alta de quase 2% ante o real, chegando […]
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O impasse político na Grécia e a possibilidade de que a economia da China esteja desacelerando mais que o previsto levaram temor aos mercados internacionais nesta segunda-feira (14). Aqui no Brasil, esse cenário foi impulsionado ainda por uma especulação interna.
A cotação do dólar comercial fechou em alta de quase 2% ante o real, chegando ao patamar de R$ 2 durante a sessão.
O dólar comercial fechou o dia com valorização de 1,73%, cotada a R$ 1,990 na venda. É o maior valor de fechamento desde 10 de julho de 2009, quando fechou vendido a R$ 2,002. No mês, a moeda norte-americana já acumula valorização de 4,35% e no ano, de 6,50%.
A Bolsa brasileira também acompanhou o movimento do exterior e registrou forte queda. O principal índice da Bovespa (Ibovespa) fechou o pregão desta segunda com a maior queda em quase oito meses e atingiu o menor patamar de fechamento do ano.
O Ibovespa fechou em queda de 3,21%, aos 57.539,61 pontos. Esse é o menor patamar de fechamento desde 29 de dezembro, de 56.754 pontos. Foi também a maior queda diária desde 22 de setembro, quando caiu 4,83%.
No mês, a Bovespa já acumula prejuízo de 6,92%, reduzindo os ganhos ao longo deste ano para 1,38%.
O giro financeiro do pregão foi de R$ 6,32 bilhões.
As dúvidas em relação ao futuro da economia da Grécia têm feito com que os investidores apostem em ativos considerados mais seguros, como o dólar. O temor com a possibilidade de uma nova eleição e de o país deixar a zona do euro têm derrubado as Bolsas pelo mundo e faz com que a moeda norte-americana suba.
A Grécia deve enfrentar novas eleições em junho depois de três tentativas fracassadas de formar um governo que apoiaria os termos de um resgate da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI), seguindo as eleições feitas no início deste mês.
Bovespa: perdas generalizadas e queda de 15% da Brookfield
No Ibovespa, o dia foi de perdas generalizadas, com apenas dois –Ambev (AMBV4) e Souza Cruz (CRUZ3)– dos 68 ativos que compõem o índice fechando no campo positivo.
Entre as ações de peso, a preferencial da Vale (VALE5) recuou 1,68%, a R$ 37,36, enquanto a preferencial da Petrobras (PETR4) caiu 2,22%, a R$ 18,90. A OGX (OGXP3), do empresário Eike Batista, teve queda de 3,97%, a R$ 13,05.
A ação da Brookfield (BISA3) derreteu na sessão e fechou em queda de 14,87%, a R$ 4,18. Esse é o menor preço desde julho de 2009, após a incorporadora ter reportado queda de 94% no lucro do primeiro trimestre, com revisão de custos de obras.
PDG Realty (PDGR3) foi a segunda maior baixa da sessão, com queda de 10,15%, a R$ 4,07. Na última sexta-feira, a companhia informou a renúncia de dois diretores, Michel Wurman e Frederico Marinho Carneiro da Cunha.
Investidores testam dólar a R$ 2
“O mercado foi testar os R$ 2, parece que houve alguma especulação. O dólar subiu bem na hora do almoço, em um horário vazio, e depois desceu rápido”, disse o operador de câmbio da B&T Corretora de Câmbio, Marcos Trabbold.
Para ele, com essa alta e um movimento especulativo, aumentou a possibilidade de o Banco Central atuar no mercado cambial por meio de venda de dólares ou leilões de swap cambial tradicional –que equivale a uma venda da moeda no mercado futuro- para tentar conter essa valorização excessiva do dólar.
“Acredito que o BC deve fazer alguma coisa para conter essa valorização especulativa. Só a nossa moeda que está subindo tudo isso”, afirmou.
Desde o que o dólar atingiu o R$ 1,90, há dez dias, o BC não atuou mais comprando dólares no mercado à vista.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, no entanto, afirmou nesta segunda-feira que a alta do dólar beneficia a indústria brasileira diante da concorrência mais acirrada de produtos importados, e que o governo nunca estabeleceu parâmetro para a moeda norte-americana, nem vai estabelecer.
Bolsas internacionais
O clima de elevada aversão ao risco levou investidores a fugirem dos mercados acionários no mundo todo. Nos Estados Unidos, os principais indicadores registraram prejuízo nesta segunda. O índice Dow Jones fechou em queda de 0,98%. O S&P 500 recuou 1,11%. Já a Nasdaq caiu 1,06%.
Os principais índices europeus fecharam com o menor nível em quatro meses e meio, em um amplo movimento de liquidação com a incerteza política na Grécia alimentando as perspectivas de uma saída do país da zona do euro, em meio ainda a preocupações com a economia chinesa.
Em Londres, o índice Financial Times caiu 1,97%, a 5.465 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX recuou 1,94%, para 6.451 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 teve baixa de 2,29%, a 3.057 pontos.
As principais Bolsas da Ásia fecharam em baixa, depois de um pregão volátil. A semana passada foi a pior do ano para os índices Hang Seng (de Hong Kong), Nikkei (de Tóquio) e Kospi (de Seul), que recuaram 5,3%, 4,5% e 3,6%, respectivamente.
Nesta segunda, esses mercados chegaram a ensaiar uma recuperação em certo momento do pregão, mas as preocupações com a crise da dívida na Europa ainda pesam.
A Bolsa de Tóquio fechou com o índice Nikkei em alta de 0,23%, aos 8.973,84 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng cedeu 1,15%, para 19.735,04 pontos, enquanto na Coreia o Kospi terminou em baixa de 0,18%, aos 1.913,73 pontos. Na China, o Xangai Composto caiu 0,60%, para 2.380,73 pontos e o Shenzhen Composto cedeu 0,46%, para 999,92 pontos.
Com informações de Reuters e Valor.
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