Despedida de Marcos pinta Pacaembu e reúne “torcida do Chelsea”

A noite de terça-feira é verde e branca no Pacaembu. A megafesta em que se transformou o jogo de despedida do goleiro Marcos, que abandonou a carreira em janeiro, transformou a fachada do Estádio Paulo Machado de Carvalho, que ganhou projeções da figura do goleiro com a inscrição “Amém, Marcos” – o nome do evento […]

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A noite de terça-feira é verde e branca no Pacaembu. A megafesta em que se transformou o jogo de despedida do goleiro Marcos, que abandonou a carreira em janeiro, transformou a fachada do Estádio Paulo Machado de Carvalho, que ganhou projeções da figura do goleiro com a inscrição “Amém, Marcos” – o nome do evento -, do Palmeiras e da bandeira do Brasil, tudo pintado de verde.

Na loja localizada logo na entrada do estádio, apenas camisetas do Palmeiras permaneceram em exibição, o que chamou a atenção da numerosa torcida que se acumulou na Praça Charles Muller horas antes da partida. Com clima tranquilo, rojões e muitos gritos de “vamos Palmeiras”, os torcedores posaram para foto na frente da fachada esverdeada ajoelhados e com os dedos apontando para cima, uma referência a um dos gestos mais conhecidos de Marcos.

“Ele fez assim quando pegou o pênalti dos gambás”, disse Marcos Cozer, 47 anos, depois de fazer o gesto em frente ao Pacaembu. “Aquela Libertadores… o corintiano fica chateado até hoje, mas não tem jeito”, frisou, em tom de provocação, uma constante no Pacaembu. Vendedores ofereciam camisa e bandeira do Chelsea, e algumas pessoas as usavam com orgulho – o time inglês é candidato a pegar o Corinthians no Mundial de Clubes.

“É a rivalidade. É a nossa única chance de tirar um sarrinho deles, agora que já sofremos”, afirmou Daniel Carlos Amorosino, que compareceu ao Pacaembu com os filhos Matheus, 13 anos, e Guilherme, 10, todos vestidos com o uniforme do Chelsea. Segundo ele, o trio já tinha a camisa, e tirou-a do armário para aproveitar a despedida de Marcos. “Futebol é brincadeira, é tiração de sarro. É isso que dá graça”, citou.

Apesar da rivalidade, os torcedores consultados pela reportagem do Terra admitiram que a chance de o Corinthians conquistar o título no Japão é grande – o time estreia contra o Al Ahly nesta quarta-feira, na semifinal. “Vou torcer contra para não dar aquele gostinho, mas esse título não tem como tirar deles”, opinou Rodrigo Bonafé Dotti.

Horas antes do início da despedida, em que o combinado da Palmeiras de 1999, campeão da Copa Libertadores, e da Seleção Brasileira, pentacampeã mundial, um mosaico estampou a arquibancada amarela do Pacaembu, enquanto a escola de samba Mancha Verde, da principal organizada palmeirense, se apresentava. A imagem era a silhueta do goleiro, camisa 12, com os dedos para cima.

“O que vai ficar é o jeito humilde dele, a alegria que ele tinha em campo”, disse Rodrigo. “Vai chorar?”, provocou Gabriella. “Vou mesmo, ele é fantástico, é demais, não tem igual”. Apesar da expectativa de Marcos e da organização, nenhum torcedor rival se denunciou nas imediações do Pacaembu. “Quem está com camisa do Brasil é corintiano e são-paulino. Pode ter certeza”, disse Gabriella. Pelo menos nesta terça-feira, estavam todos juntos em harmonia para homenagear um ídolo.

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