Controle biológico da broca da cana: como conseguir resultado mais eficaz

Maximizar os resultados do controle biológico da broca-da-cana-de-açúcar e identificar pontos passíveis de melhoria em usinas da região da Grande Dourados. Esse foi o objetivo da equipe do Laboratório de Controle Biológico da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) ao visitar algumas unidades produtoras de açúcar e álcool de Mato Grosso do Sul. Segundo o pesquisador […]

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Maximizar os resultados do controle biológico da broca-da-cana-de-açúcar e identificar pontos passíveis de melhoria em usinas da região da Grande Dourados. Esse foi o objetivo da equipe do Laboratório de Controle Biológico da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) ao visitar algumas unidades produtoras de açúcar e álcool de Mato Grosso do Sul.

Segundo o pesquisador da Unidade de Pesquisa da Embrapa, Harley Nonato de Oliveira, se as recomendações não forem seguidas de forma correta, o controle pode ser ineficiente. “O controle biológico apresenta diversos benefícios, inclusive o ambiental, porque reduz a necessidade de aplicação de inseticidas”, explica.

De acordo com dados do Centro de Tecnologia Canavieira, com o uso de controle biológico da cana, entre 1980 a 2005, foi reduzida a quantidade de inseticida contra a broca em 951 mil litros.

Essa broca é considerada uma das principais pragas da cana-de-açúcar em diversos estados brasileiros. O inseto faz pequenos buracos no colmo da cana e abre portas para instalação de fungos, o que prejudica o desenvolvimento da cultura e a produtividade.

Entre os seus principais inimigos naturais, destacam-se os parasitoides Cotesia flavipes e Trichogramma galloi, que são criados e multiplicados por empresas especializadas e facilmente encontrados no mercado.

Recomendações

Quem produz cana e utiliza o controle biológico, deve ficar atento às recomendações da pesquisa quanto a diversos fatores, como a qualidade e a idade do parasitoide, a forma de transporte e sua distribuição, o horário de liberação desses inimigos naturais na lavoura, a seleção de produtos fitossanitários quando se faz o controle químico, entre outros.

Qualidade do parasitoide – para garantir que o inimigo natural utilizado tenha qualidade deve-se atentar para uma série de fatores, tais como o número de machos e fêmeas (razão sexual), habilidade de voo e capacidade de dispersão e taxa de emergência.

Idade – para liberação da Cotesia, sugere-se o parasitoide tenha idade entre 8 e 24 horas após emergência.

Transporte – deve ser realizado preferencialmente em caixas de isopor, porque evitam exposição ao sol e variações bruscas de temperatura.

Distribuição a campo – priorizar equipamentos que permitam maior ventilação, como tambor plástico perfurado e/ou saco de nylon em forma de rede, e que favoreça ergonomicamente a pessoa que fará a distribuição.

Horário de liberação – pela manhã ou ao entardecer. É recomendado adotar uma estratégia que torne mais rápida a realização desta atividade para evitar as horas mais quentes do dia.

Produtos Fitossanitários – caso seja necessário aplicar produtos fitossanitários, recomenda-se utilizar os classificados como inócuos. Se for preciso aplicar produtos menos seletivos, a indicação é não liberar Cotesia flavipes, porque o produto pode prejudicar a eficiência do inimigo natural no controle da broca-da-cana-de-açúcar.

“Ao se observar esses preceitos, os resultados práticos do controle biológico da broca-da-cana-de-açúcar podem se tornar ainda mais efetivos no MIP [Manejo Integrado de Pragas]”, afirma Harley, no Comunicado Técnico da Embrapa 181, escrito com colaboradores (confira em http://bit.ly/SOGG4K).

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