Com fogos e telão, São Paulo mostra Ganso à torcida: “maestro do Morumbi”

O São Paulo preparou uma grande festa para receber o meia Paulo Henrique Ganso neste domingo. Com a presença de dezenas de crianças no gramado do Estádio do Morumbi, além de centenas de bexigas com as cores do clube e até um telão, a equipe paulista recepcionou seu camisa 8 – ou o novo “maestro do Morumbi”, conforme anunciaram os alto-falantes do estádio.

“Vamos festejar o meia Paulo Henrique Ganso em sua nova casa! Paulo Henrique Ganso, o maestro do Morumbi”, avisou o locutor do Morumbi, sendo aplaudido pelas mais de 25 mil pessoas que compareceram às arquibancadas do estádio. No gramado, crianças com bexigas coloridas pularam e vibraram assim que o atleta ingressou no local, causando comoção entre os pequenos fãs.

Empolgada, a torcida do São Paulo foi ao delírio assim que o meio-campista adentrou o gramado, com narração em tempo real pelo locutor do alto-falante do estádio. “Está chegando o nosso maestro, ele está vindo, Paulo Henrique Ganso é do Tricolor!”, gritava o narrador, enquanto milhares de são-paulinos faziam a festa nas arquibancadas.

Com a camisa 8 do time, Ganso ingressou no gramado debaixo de gritos e festa da torcida. “Ganso é tricolor, Ganso é tricolor, Ganso é tricolor”, gritaram os fãs. “Bem-vindo ao Morumbi, a sua nova casa Paulo Henrique Ganso!”, continuou o locutor, antes de chuva de fogos de artifício que tomou conta do céu.

“Sentimento que fazia tempo que não sentia de entrar em um estádio e ouvir a torcida gritando meu nome. Será uma honra receber o carinho do torcedor”, disse Ganso. “Boa tarde, obrigado torcedor por esse carinho e recepção. Quero dar muitos títulos a vocês”, avisou o atleta, que deu uma volta pela pista de atletismo em uma grande festa, que era transmitida ao vivo pelos telões.

De camisa 10 ideal a meia contestado

Ganso, revelado nas categorias de base do Santos, começou no clube em 2008, junto a Neymar, a maior estrela do time na atualidade. Desde que chegou ao time profissional, a carreira de Ganso se revezou em sobes e desces. Nos primeiros anos, o jogador conquistou críticos e torcedores não apenas por ser uma das maiores promessas do futebol do Brasil, mas por ter surgido como protótipo do camisa 10 criativo e pensador, em falta nos últimos anos.

A trajetória de Ganso – que parecia traçar uma ascensão meteórica rumo ao estrelato nos principais gramados do mundo – teve, porém, um baque grande em 2010. No meio daquela temporada, o jogador sofreu grave lesão no ligamento cruzado de seu joelho.

A lesão deixou Ganso fora dos gramados por seis meses e comprometeu a sequência da carreira no Santos do jogador, que não conseguiu manter o nível de seu futebol e perdeu prestígio com a torcida.

A volta ao clube veio durante a Copa Libertadores de 2011, mas nem a conquista do título continental fez com que o meia retornasse a seus melhores dias no Santos. À sombra de Neymar, que se consolidava como grande ídolo e craque do Brasil, Ganso perdeu espaço na mídia e também na Seleção Brasileira. De camisa 10 incontestável, o jogador passou a opção para o meio-campo.

No time olímpico de Mano Menezes, que ficou com a prata na Olimpíada de Londres, o meia Oscar, do Internacional, vestiu a camisa 10 da equipe, a qual, há poucos anos, era reservada para o jogador santista.

Logo após a Olimpíada, intensificaram-se os boatos sobre uma possível saída do Santos. E o destino para Ganso se tornou justamente o rival São Paulo, que quis buscar na Vila Belmiro um substituto à altura para Lucas, negociado com o Paris Saint-Germain. O meia, dessa forma, rompe o contrato com a equipe praiana, com final estipulado para fevereiro de 2015.