Com crise política à porta, Dilma se volta ao controle de ações do governo
Desde que assumiu a presidência, Dilma Rousseff assinou 221 leis ordinárias, 276 decretos e enviou ao Congresso Nacional 40 medidas provisórias. Lançou programas como o Rede Cegonha, o Brasil Sem Miséria e a segunda fase do Minha Casa, Minha Vida. A impressão é a de que o governo está andando. Mas a realidade é um […]
Desde que assumiu a presidência, Dilma Rousseff assinou 221 leis ordinárias, 276 decretos e enviou ao Congresso Nacional 40 medidas provisórias. Lançou programas como o Rede Cegonha, o Brasil Sem Miséria e a segunda fase do Minha Casa, Minha Vida. A impressão é a de que o governo está andando. Mas a realidade é um pouco mais complicada.
Diante de uma crise política que se avoluma no Congresso Nacional, Dilma decidiu tocar o barco e mostrar à população seu maior trunfo: o estilo gerencial que a consagrou no governo Lula e sobre o qual montou grande parte de seu programa político.
Em seu último pronunciamento na televisão, na quinta-feira (8), a presidente anunciou o que muita gente encarou como devaneio. Dilma vai monitorar, de seu gabinete, como andam as filas em hospitais e agências públicas, além de acompanhar os canteiros de obras federais.
– Vou ter também, em meu gabinete, monitores ligados a câmeras para que eu e meus assessores possamos ver como está o atendimento nos principais hospitais e como vai o andamento das grandes obras. É assim que nós mulheres gostamos de cuidar das coisas, sabendo todos os detalhes.
O sistema de monitoramento para acompanhar em tempo real os passos do governo deve ficar pronto até julho, de acordo com assessores da Casa Civil. Mais do que um grande big brother, a ferramenta é encarada como uma grande ajuda na hora de cobrar resultados práticos dos ministros.
A ideia surgiu ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Então à frente do Ministério da Previdência, o agora secretário-executivo Carlos Eduardo Gabbas reuniu alguns colaboradores e decidiu aprimorar o sistema de gestão de atendimento do INSS. Esse sistema foi apresentado a Lula e a Dilma em 2006. Os dois classificaram a ferramenta como uma “inovação da governabilidade”, segundo relatos de envolvidos no projeto.
O sistema da Previdência permite acompanhar, pelo computador, o atendimento de beneficiários em todas as 1.257 agências do INSS. Com isso, as cem gerências, cinco superintendências regionais, o comando do INSS e o Ministério da Previdência têm como saber exatamente se as metas estabelecidas estão sendo cumpridas ou o que atrapalha seu cumprimento.
O resultado pode ser comprovado com números oficiais. Atualmente, há cerca de 4.200 requerimentos para obtenção de benefício em análise, número 89% menor que o registrado em 2010, quando o volume chegou perto de 38 mil.
Sala de situação
Com o pomposo nome de sala de situação, a estrutura que está sendo montada no Palácio do Planalto é uma expansão do sistema de Gabbas. É ele, inclusive, quem coordena uma equipe formada por representantes da Casa Civil, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e da Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social).
Outro integrante do comitê é Cláudio Gastal, secretário-executivo da Câmara de Gestão criada por Dilma e presidida pelo empresário Jorge Gerdau. Gerdau é um entusiasta de longa data do governo petista. Acompanhou Lula em seus dois mandatos, sempre aconselhando o ex-presidente a fazer a máquina pública funcionar de forma mais semelhante à iniciativa privada. Dilma se encantou por Gerdau e, no início do ano, conseguiu trazer o empresário para o governo.
À frente da Câmara, e sempre com aval da presidente, Gerdau tem conversado com ministros, entregando uma espécie de lista de tarefas e sugestões para que as pastas melhorem o desempenho.
Em um dos seus frequentes encontros com a cúpula do governo, formada pelos ministros Guido Mantega, da Fazenda; Gleisi Hoffmann, da Casa Civil; Miriam Belchior, do Planejamento; e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Gerdau chegou a sugerir a redução de pastas, mas, sem que o governo tivesse força política para conseguir isso, a tática mudou para o monitoramento mais próximo dos ministérios.
“Espancado”
Uma das provas da mudança na gestão do governo aconteceu durante a posse do ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Em cerimônia no Palácio do Planalto, Mercadante arrancou risos da plateia ao aconselhar seu sucessor no Ministério da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp sobre o que esperar de uma audiência com a presidente Dilma.
– Queria dar um conselho, Raupp, para os despachos com a presidente: toda vez que você levar um projeto ou um programa, a primeira fase vai ser de espancamento do projeto. Trabalhe intensamente e volte a apresentar o projeto. O projeto vai ser desconstruído em todas as suas dimensões, e, se não estiver muito bem consistente, bem fundamentado, você vai ouvir a seguinte expressão: “ele não fica de pé”.
Esse novo modelo de gestão deixa claro pelo menos duas posições. Dilma se comporta como uma espécie de CEO, enquanto Gleisi Hoffmann é a gerente do governo. Responsável direta por “controlar” os ministros, Gleisi assumiu um papel que a própria Dilma desempenhou à frente da Casa Civil no governo Lula. Ainda assim, Dilma acompanha pessoalmente as movimentações mais importantes de sua equipe.
Até julho, quando o sistema de monitoramento deve estar pronto, cada ministério precisará apresentar um controle de seus programas, com informações desde a saída do dinheiro dos cofres públicos até a conclusão da obra ou execução de serviço. O ministro Moreira Franco, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, explica a cobrança.
– Há uma determinação para que se trabalhe com planos por área, com foco, meta e métrica. A metodologia de tomada de decisão é de que os projetos e propostas tenham mais consistência técnica. Esse é o modelo que a presidente está impondo e quer ver resultados.
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