Com cena de estupro, sul-coreano ‘Pietà’ leva Leão de Ouro
A organização do Festival de Veneza anunciou neste sábado os vencedores de sua 69ª edição, que consagrou o filme Pietà, do sul-coreano Kim Ki-Duk. Ultraviolento, o longa tem uma cena de estupro que fez várias pessoas abandonarem as sessões em que foi exibido, e retrata o relacionamento de um cobrador de dívidas (Lee Jung-Jin) que […]
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A organização do Festival de Veneza anunciou neste sábado os vencedores de sua 69ª edição, que consagrou o filme Pietà, do sul-coreano Kim Ki-Duk. Ultraviolento, o longa tem uma cena de estupro que fez várias pessoas abandonarem as sessões em que foi exibido, e retrata o relacionamento de um cobrador de dívidas (Lee Jung-Jin) que fere devedores de forma brutal, e uma mulher (Cho Min-Soo) que afirma ser sua mãe.
Até o anúncio dos vencedores, o longa The Master, do diretor Paul Thomas Anderson, era tido como favorito ao grande prêmio. Embora não tenha levado o Leão de Ouro, foi o único a receber dois prêmios: de direção e atuação. O último troféu foi compartilhado pelos atores Joaquin Phoenix e Philip Seymour Hoffman.
Controvérsia – Segundo o site da revista The Hollywood Reporter, o júri havia decidido dar o Leão de Ouro a The Master, mas mudou de ideia na última hora, já que as regras do festival não permitem que um mesmo filme leve os dois maiores prêmios.
Antes de sua estreia no evento, ele já causava controvérsia por ser levemente baseado na cientologia. O longa fala sobre um culto chamado “The Cause”, que inspira muitas semelhanças com a religião de Tom Cruise e vários outros famosos em Hollywood.
Até mesmo a entrega do prêmio a Paul Thomas Anderson foi feita de maneira constrangedora. Na hora de anunciar o vencedor, o presidente do júri, o diretor americano Michael Mann, inverteu as bolas e acabou dando o prêmio errado ao diretor austríaco Ulrich Seidl. Depois, chamou-o de volta ao palco para trocar o troféu com Philip Seymour Hoffman, que recebeu o prêmio por Anderson.
Outros vencedores – Outro filme bastante comentado durante o festival, o israelita Fill the Void, de Rama Bursthein, rendeu à Hadas Yaron o troféu de melhor atriz. Ainda no âmbito das atuações, o jovem italiano Fabrizio Falco levou o prêmio Marcello Mastroianni, por sua atuação nos filmes A Bela Adormecida, de Marco Bellocchio, e Foi o Filho, de Daniele Ciprí — este último também ganhou o prêmio de melhor fotografia.
O longa Après Mai, do francês Olivier Assayas, levou o prêmio de melhor roteiro. Já Paradise: Faith, do austríaco Ulrich Seidl, segunda parte de uma trilogia que o diretor começou em Cannes, recebeu o prêmio especial do júri.
Neste ano, o júri do festival era composto por Marina Abramovic, Laetitia Casta, Peter Ho-Sun Chan, Ari Folman, Matteo Garrone, Ursula Meier, Samantha Morton e Pablo Trapero.
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