Clínica do Rim em Dourados abre 30 vagas em dezembro para hemodiálise

A Clínica do Rim, a única a prestar serviço de hemodialise em Dourados, vai abrir 30 novas vagas em dezembro. A unidade que é uma extensão do Hospital Evangélico, passa por uma ampliação que vai garantir a instalação de cinco novas máquinas de hemodiálise no final do ano. A clínica, que atende hoje 38 municípios, […]

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A Clínica do Rim, a única a prestar serviço de hemodialise em Dourados, vai abrir 30 novas vagas em dezembro. A unidade que é uma extensão do Hospital Evangélico, passa por uma ampliação que vai garantir a instalação de cinco novas máquinas de hemodiálise no final do ano. A clínica, que atende hoje 38 municípios, não tem estrutura física para os atendimentos.

A medida da ampliação ameniza uma demanda emergencial, mas não resolve o problema da alta procura. De acordo com o que apurou O Progresso, cerca de 20 pacientes que deveriam receber o tratamento em Dourados estão sendo encaminhados para Ponta Porã. Outro agravante da forte demanda é que há informações de que em Dourados, boa parte dos consultórios de nefrologia estão lotados com pacientes que estão retardando a hemodiálise, mas que devem procurar o tratamento em breve, o que pode gerar novas faltas de vagas a curto e médio prazo.

O atendimento alternativo em Ponta Porã vem trazendo transtornos aos pacientes. De acordo com o presidente da Associação dos Doentes Renais Crônicos e Transplantados de Dourados (Renassul), muitos acabam desistindo do tratamento devido aos problemas de locomoção. “Obtive relatos recentes que muitos desistiram do tratamento devido ao desgaste físico. Muitos não conseguem seguir à risca o tratamento se deslocando duas ou três vezes na semana para outros municípios”, destaca.

Recentemente a aposentada Marta da Silva Paz, moradora na Vila Ilda, conta que o ex-marido, o aposentado Antônio Francisco de Matos, de 54 anos, não poderia ter sido encaminhado para o município vizinho devido a gravidade do quadro clínico. Ela cuida do paciente e conta que com a saúde debilitada ele não respondia aos movimentos musculares quando foi levado para Ponta Porã. “Foi um dia de muito sofrimento. Imagina uma pessoa com fortes dores ser submetido a uma viagem onde pega a estrada por horas”, compara.

AMPLIAÇÃO

De acordo com Maurício Peralta, diretor do Hospital Evangélico, responsável pela Clínica do Rim, a unidade hoje dispõe de 27 máquinas de hemodiálise, que em três turnos consegue realizar 81 sessões diárias. Ao todo, são 178 pacientes fixos e outros 39 que fazem tratamento em casa. O contrato com a prefeitura prevê 1,6 mil atendimentos por mês. Segundo Maurício, em média, os atendimentos passam de 2 mil. A ampliação da Unidade será possível através de um convênio com o Governo do estado. As obras estão orçadas em R$ 500 mil.

MEDIDAS

Além da ampliação, existe hoje uma política para se descongestionar o atendimento em Dourados, levando Clínicas de Hemodialise para o interior do Estado. Neste sentido, este ano, o deputado federal Geraldo Resende (PMDB) articulou no Ministério da Saúde e no Governo do Estado, a implantação do serviço Terapia Renal Substitutiva na cidade de Naviraí. O projeto foi apresentado pelo parlamentar em audiência com o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, em maio.

Durante a audiência, Magalhães garantiu a implantação de serviço naquele município. Helvécio Magalhães disse que basta o Governo do Estado enviar a solicitação que ele despacha na hora. Depois de implantado, o serviço vai oferecer exames e tratamentos e poderá desafogar os atendimentos que chegam a Dourados e Ponta Porã. Atualmente a Prefeitura de Naviraí faz o transporte de cerca de 20 pacientes para o tratamento com hemodiálise, em três dias da semana em Dourados. Além de Naviraí, o serviço atenderia as cidades da micro-região com um total de aproximadamente 50 doentes renais que vão para Dourados.

Em Naviraí a prefeitura faz reuniões com profissionais para acelerar o processo. “Ao invés do SUS pagar pelo serviço em Dourados, pagaria aqui”, disse o prefeito Zelmo de Brida, mencionando que os pacientes evitariam percorrer quase 900 quilômetros por semana.

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