“Caí para cima dela e a estuprei”, diz friamente estuprador de menina em Corumbá

Ele afirmou que há tempos observava a Steffani e que no dia do crime encontrou um ‘momento oportuno’

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Ele afirmou que há tempos observava a Steffani e que no dia do crime encontrou um ‘momento oportuno’

A delegada Priscila Anuda Quarti Vieira, titular da Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e Idoso (DAIJI) apresentou na manhã deste sábado, 24 de março, à imprensa, Leandro de Oliveira, 20 anos, conhecido pelo apelido de Diego, acusado de estuprar e matar Françoise Steffani Silva de Oliveira, 12 anos, na quinta-feira, 22 de março. A prisão ocorreu na sexta-feira, 23. É o mesmo homem que havia sido detido como suspeito logo após os policiais terem encontrado o corpo. Naquela ocasião, ele e uma irmã é que informaram a Polícia Militar, pelo telefone 190, terem “encontrado um corpo”.

“O Leandro e a irmã, fizeram a denúncia no final da tarde de quinta-feira. Alegaram que teriam visto um homem saindo do local do crime e ‘pés’ para fora do matagal. Quando a denúncia foi feita, pedi para que a Polícia Militar não liberasse as testemunhas. Fizemos vários interrogatórios com a dupla e as informações não eram as mesmas. A princípio, eles disseram que teriam passado pelo local, que é um matagal, próximo às casas que estão sendo construídas pelo Governo do Estado, no bairro Maria Leite, sentido Ladário, para ir buscar um medicamento na casa da tia. As informações deles não correspondiam, mas como não havia provas, eles foram liberados na quinta-feira, porém, informamos que deveriam permanecer na cidade e que seriam convocados para novos depoimentos. No dia seguinte, após vários confrontos de informações, a irmã de Leandro confessou que ele era o autor do crime. O interrogamos, falamos que a irmã já havia relatado o que houve e ele confessou ter realmente praticado o crime. Disse que havia abordado a Steffani, a levado para o matagal e abusado dela”, explicou em coletiva a delegada Priscila.

A DAIJI também apresentou o que foi apreendido durante a investigação: a bicicleta usada por Leandro no dia do crime, na cor vermelha; um calção sujo de terra vermelha; uma camiseta verde e um short azul escuro, roupas usadas pelo acusado, além do par de chinelos e da saia que Steffani usava.

“Ele afirmou que há tempos observava a Steffani, pois a avó dela mora na mesma rua em que ele morava com a esposa, em Ladário e que no dia do crime, encontrou um ‘momento oportuno’. Leandro relatou que viu Steffani retornando de uma mercearia próxima à casa da mãe, no bairro Popular Velha, e de uso de ameaça – ele não confirma se utilizou faca, revólver, mas diz que a ameaçou -, a colocou em sua bicicleta, seguiu pela rua Gaturama, chegou ao matagal, a arrastou para dentro de uma trilha e disse dessa forma: ‘caí para cima dela e a estuprei’, relatou a delegada Priscila Vieira.

O assassino confesso disse que Steffani morreu durante o estupro, porém, a perícia aponta que ela foi morta por asfixia. “Não houve marcas de dedos no pescoço, logo, a passagem do ar pode ter sido obstruída pelo antebraço do autor. Ele ainda disse que utilizou um preservativo, aqueles verdes, fornecidos pelos órgãos públicos. Após o estupro ele colocou o preservativo num saquinho e o jogou em um local afastado do crime. Já fomos ao local, foi solicitado que fosse limpo com roçadeiras, porém, choveu muito no dia do crime e esse material ainda não foi encontrado. Mesmo assim, estamos procurando por essa prova”, continuou a delegada.

Antecedentes

Leandro tem histórico de antecedentes criminais, como várias passagens policiais quando menor de idade, além de estar respondendo por outra acusação de abuso sexual a uma criança de 4 anos de idade, em Ladário. O caso, foi registrado há cerca de 2 anos, porém, de acordo com a delegada não há evidencias que comprovem realmente que ele tenha realizado a conjunção carnal com a criança. A vítima, neste caso é sua enteada.

Indiciado

A irmã de Leandro não será indiciada pela Polícia. Ela é tida como uma testemunha do caso, porque se arrependeu do que estava fazendo e resolveu cooperar. “A irmã do Leandro afirma que foi ameaçada para ajudá-lo. O autor relatou que no dia do crime, chegou em casa e disse à mãe que tinha visto um corpo próximo ao matagal. A mãe ficou preocupada pelo histórico do filho, mas ele não confessou nada para ela. Depois de algum tempo, ele chamou a irmã, a ameaçou e a levou até o local. Como pessoas viram os dois e poderiam identificá-los, ele resolveu denunciar à Polícia e dizer que havia visto um suspeito, então, nenhuma evidência se voltaria contra ele. Porém, durante as investigações, a irmã se arrependeu e relatou o que havia acontecido, colaborando com as investigações, e sendo assim, não será indiciada, pois está sendo considerada como testemunha do caso”, explicou Priscila Vieira.

Leandro poderá pegar até 30 anos de prisão, pois ele responderá por estupro qualificado pela morte. Ele vai ser encaminhado ao presídio masculino de Corumbá.

Revolta

A família de Steffani foi à delegacia para acompanhar a apresentação de Leandro de Oliveira. A revolta e a indignação tomaram conta de todos e houve momentos de tensão. “Não consigo pensar em mais nada, é uma dor muito grande. Minha vontade é fazer justiça com as próprias mãos”, disse muito nervoso o pai de Steffani, Agnaldo Ibarra de Oliveira. Ele teve de ser contido por familiares.

A tia da menina, Ivonete da Silva, perguntava da porta da delegacia, aos prantos: “Por que você fez isso? A família inteira acabou”. Ao Diário, ela disse que “a dor é para sempre. Agradecemos à Polícia por conseguir ter encontrado esse monstro”.

As portas da DAIJI tiveram de ser trancadas e receber reforço da Guarda Municipal, pois a revolta era tanta, que os familiares ameaçavam quebrar as portas de vidro para ter acesso ao estuprador e assassino confesso. A família aos poucos se acalmou e deixou o local.

Trabalharam na elucidação do caso os investigadores da Polícia Judiciária Enio Dias, Plínio Zebalus, Solange de Melo, Nivaldo Paes, Márcia Regina Navarros, Jamili Calderon, Sérgio e Wanderlei; escrivães Maurício e Jaciry; delegadas Paula Oruê e Priscila Anuda Quarti Vieira, além do apoio do 6º Batalhão da Polícia Militar de Corumbá.

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