Ataques a minorias deixam sudoeste da França em alerta

Os três ataques a tiros que, nos últimos dias, deixaram sete mortos e dois feridos colocaram o sudoeste da França em estado de alerta, em meio a temores de que um único atirador esteja preparando uma próxima ação. Em cada um dos três casos, acredita-se que o agressor tenha sido um homem armado que dirigia […]

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Os três ataques a tiros que, nos últimos dias, deixaram sete mortos e dois feridos colocaram o sudoeste da França em estado de alerta, em meio a temores de que um único atirador esteja preparando uma próxima ação.

Em cada um dos três casos, acredita-se que o agressor tenha sido um homem armado que dirigia uma motocicleta, com uma arma do mesmo calibre e que age em plena luz do dia. Todos os ataques ocorreram num raio de 50 km, entre as cidades de Toulouse e Montauban.

Os dois primeiros tiroteios alvejaram paraquedistas militares, mas o terceiro ocorreu diante de uma escola. O que as vítimas têm em comum é o fato de pertencerem – ou estarem associadas – a minorias étnicas ou religiosas (norte-africanos, caribenhos e judeus).

Há indícios de que essas minorias possam ter sido especificamente alvejadas. Em ao menos um dos ataques, o atirador empurrou uma pessoa que passava para atingir suas vítimas. Uma unidade antiterrorismo investiga, agora, quem são os responsáveis (ou o responsável) pelos crimes.

Ataques

O primeiro ataque ocorreu em 11 de março, quando Imad Ibn-Ziaten, 30, sargento da aeronáutica francesa, morreu baleado em Toulouse. Depois, em Montauban, em 15 de março, outros dois militares de origem norte-africana foram mortos a tiros.

Um terceiro, das Antilhas francesas, ficou gravemente ferido. Na ocasião, os militares – que não estavam uniformizados, nem armados – foram alvejados depois de o atirador ter, segundo testemunhas, tirado de seu caminho uma idosa.

Nesta segunda-feira, o ataque foi contra a escola judaica Ozar Hatorah, em Toulouse, resultando na morte de três crianças – de três, seis e dez anos – e de um professor de 30 anos. Um jovem de 17 anos ficou ferido.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que há “similaridades de modus operandi”, mas que eventuais ligações com os episódios anteriores estão sendo investigadas. A polícia disse que o atirador abriu fogo contra os alunos com uma arma de 9mm, mas depois trocou por uma de 45 mm – o mesmo calibre usado nos ataques anteriores.

 Em um aspecto, porém, o terceiro ataque pareceu diferente: o atirador aparentemente abriu fogo indiscriminadamente contra a multidão dentro do pátio da escola. “Ele atirou contra tudo o que podia ver, crianças e adultos”, disse o promotor Michel Valet.

Após o ataque, o premiê François Fillon ordenou que a segurança fosse reforçada em todas as escolas e edifícios religiosos da França. TeoriasA imprensa do país especula os motivos dos crimes.

Uma possibilidade levantada é de que os casos sejam, por exemplo, uma reação de radicais islâmicos às tropas francesas no Afeganistão. Mas apenas um dos soldados mortos serviu em território afegão; e o ataque à escola judaica não caberia neste cenário.

Debate-se, também, se os crimes teriam motivos raciais, considerando que Toulouse e arredores abrigam grandes comunidades judaicas e de muçulmanos norte-africanos. Alguns analistas dizem temer que a França esteja sendo atacada por um extremista solitário como Anders Behring Breivik, que realizou ataques na Noruega no ano passado. Por enquanto, todas as teorias são apenas especulação

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