Agente da Abin teria envolvimento com Cachoeira

O ex-funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Jairo Martins de Souza, citado nos documentos da Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal para desarticular a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira – responsável pela exploração de máquinas caça-niqueis em Goiás, foi nomeado para o órgão em 1993 e permaneceu até 2000. O Ministério Público o […]

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O ex-funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Jairo Martins de Souza, citado nos documentos da Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal para desarticular a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira – responsável pela exploração de máquinas caça-niqueis em Goiás, foi nomeado para o órgão em 1993 e permaneceu até 2000.

O Ministério Público o acusa de ter recebido cerca de R$ 5 mil mensais para convencer policiais a se juntarem à organização criminosa. As investigações apontam que foram pagas propinas a políciais civis, militares, federais, rodoviários e até funcionários do Judiciário, que colaboravam no repasse de informações sobre operações que pudessem prejudicar o interesse do grupo. Entre eles estavam o corregedor-geral da Secretaria de Segurança Pública e Justiça de Goiás, Aredes Correia Pires, e o delegado da Polícia Federal Fernando Byron.

Contra Jairo foi expedido mandado de busca e apreensão para encontrar provas de sua participação em crimes de contrabando, falsidade ideológica, formação de quadrilha, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e violação de sigilo. O agente foi o responsável, em 2005, pelo vazamento das imagens que mostravam o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Materiais (Decam) dos Correios, Maurício Marinho, recebendo R$ 3 mil para conceder vantagens a um suposto interessado em negociar com a estatal. O material foi entregue ao diretor da revista Veja, Policarpo Júnior, que o publicou, desencadeando a crise que ficou conhecida como escândalo do Mensalão.

As relações entre Policarpo Júniore, Jairo Martins de Souza e Carlinhos Cachoeira são explicitadas nas gravações telefônicas realizadas durante a Operação Monte Carlo. Em conversas entre membros da quadrilha, o contraventor se coloca como principal fonte das matérias do jornalista. No total, eles teriam trocado cerca de 200 ligações e o contraventor teria auxiliado a publicação numa série de matérias. Em 2011, Policarpo também teria se encontrado pessoalmente com Cachoeira, que ordenou a um dos membros do grupo que buscasse o jornalista aeroporto

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