Afastamento de juiz do caso Cachoeira é ameaça a institucionalidade do país

O deputado federal Fabio Trad (PMDB – MS) demonstrou preocupação com a passividade com que a sociedade brasileira recebeu a notícia do pedido de afastamento do juiz Paulo Augusto Moreira Lima, da 11a vara de justiça de Goiás, responsável pela operação Monte Carlo, que investiga Carlinhos Cachoeira. Ele deixou o comando das investigações alegando que […]

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O deputado federal Fabio Trad (PMDB – MS) demonstrou preocupação com a passividade com que a sociedade brasileira recebeu a notícia do pedido de afastamento do juiz Paulo Augusto Moreira Lima, da 11a vara de justiça de Goiás, responsável pela operação Monte Carlo, que investiga Carlinhos Cachoeira. Ele deixou o comando das investigações alegando que sua família corre risco e que há relatos de “crime de homicídio” efetuado por pessoas ligadas a Cachoeira e que estão sob a mesma investigação. Ele foi removido para a 12a vara da Goiás, que não cuida de temas criminais.

“O juiz corporifica o Estado e o Estado somos todos nós. A passividade com que a notícia do afastamento foi recebida pela mídia nos remete a uma reflexão mais aguda sobre a própria crise de valores da civilização. Afinal, quando o Estado-Juiz é posto para correr de um processo e ninguém se indigna, é sinal de que a febre já está na fase delirante e a própria institucionalidade pública corre risco. Ou a intelligentsia brasileira acorda e enfrenta com coragem este processo de desidratação da Política e do Estado, ou o sono da letargia entorpecedora nos remeterá a uma nova idade média. Agora, porém, diferenciada por causa da tecnologia e do poder massacrante do Mercado”, afirmou o deputado sul-mato-grossense.

No ofício em que pede seu afastamento do caso Lima diz que já foi alvo de ameaças de morte por parte de uma facção criminosa que atua em São Paulo em outra investigação, e que no âmbito da operação Monte Carlo denunciou 75 policiais civis, militares e federais. “Minha família, em sua própria residência, foi procurada por policiais que gostariam de conversar a respeito do processo atinente a operação Monte Carlo, em nítida violência velada, visto que mostraram que sabem quem são meus familiares e onde moram. Pelo que se tem informação, até o presente momento, há crimes de homicídio provavelmente praticados a mando por réus do processo pertinente a operação Monte Carlo, o que reforça a periculosidade da quadrilha”, diz o magistrado no ofício.

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) emitiu nota para declarar apoio irrestrito ao magistrado e questionou a divulgação do ofício de Lima. “A Ajufe está prestando total assistência ao magistrado e considera grave a divulgação indevida do ofício dirigido à corregedoria regional da Justiça Federal da 1a Região”, diz a nota.

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