Testemunha ouvida por precatória reafirma que Rayssa teria furado sinal vermelho

O acidente, que ocorreu há dois anos em Campo Grande, deixou sequelas para a estudante de Direito. A família dela quer anular o depoimento, colhido por carta precatória no interior de MS.

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O acidente, que ocorreu há dois anos em Campo Grande, deixou sequelas para a estudante de Direito. A família dela quer anular o depoimento, colhido por carta precatória no interior de MS.

Sexta-feira que vem acontece a terceira audiência judicial que trata do trágico acidente envolvendo a estudante de Direito Rayssa Favaro, 20 e o também universitário Marcelo Broch, 19. A jovem se move hoje amparada por familiares e com a ajuda de cadeira de rodas. O rapaz, nada sofreu, mas foi processado por lesão corporal grave.

Duas testemunhas garantem que Rayssa avançou o sinal vermelho, daí a batida. O pai dela, o superintendente estadual da PRF (Polícia Rodoviária Federal) disse nesta segunda-feira que o advogado que defende a filha vai tentar anular um dos depoimentos dado por meio de carta precatória, que culpa a jovem pela tragédia.

Duas audiências acerca do caso foram realizadas neste ano, uma em janeiro e a outra em maio passado. Na sexta-feira, duas pessoas serão ouvidas.

O acidente ocorreu por volta das 5h30 minutos, na esquina da rua Bahia com a Avenida Mato Grosso. Rayssa transitava em seu Fiat Uno pela Bahia e Marcelo, pela avenida Mato Grosso.

Pesa contra o rapaz uma situação: ele dirigia o carro, um Honda Civic, da tia, uma promotora de Justiça do Estado, sem a carteira de habilitação. Contudo, para a perícia técnica o avanço irregular pelo sinaleiro é que determinou o acidente.

A última novidade no processo foi o depoimento do motorista Itamar Pellin, ocorrido por meio de carta precatória, em Corguinho, cidade distante 100 km de Campo Grande.

É a segunda vez que ele fala do caso oficialmente. Primeiro, à Polícia Civil. Agora, à Justiça.

Pellin disse que dirigia um Mercedes e arrancou o caminhão assim que o sinal abriu.

O motorista seguia pela avenida Mato Grosso. “… quando o sinal abriu e com o sinal aberto o veículo do acusado [no caso, o de Marcelo] também passou do seu lado, todavia, o veículo da vítima [Rayssa] acabou cruzando a rua, com o sinal fechado, uma vez que o sinal para o depoente [motorista] estava aberto; que se recorda que o veículo do acusado estava correndo e o veículo da vítima nem tanto”, diz trecho do termo de depoimento do motorista.

Logo no início do depoimento, ele disse que confirmaria “o depoimento prestado na polícia, nada tendo a acrescentar ou retificar”.

Walter Favavo, pai de Rayssa, afirmou que vai tentar anular o depoimento. “Teríamos muito coisa para perguntar a ele [motorista], soube desse depoimento agora, mas vamos recorrer”, disse o superintendente da PRF.

Além do motorista, uma outra testemunha, o vigia Antônio Ramos da Silva, também disse que Rayssa furou o sinal.

Ele disse que a estudante de Direito furou o sinal duas vezes, na rua Bahia esquina com a Antonio Maria Coelho e também na avenida Mato Grosso, onde ocorrera a batida.

Rayssa seguia sozinha no carro. Ela sofreu traumatismo craniado e enfrentou meses de internação. Ela foi levada para o hospital em Brasília, e precisa de ajuda da família para se locomover. No dia do acidente, ela conduzia o carro a 40 km e, Marcelo, a 60 km por hora, segundo informações da perícia técnica.

Marcelo estava acompanhado de um primo menor de idade, filho da promotora. Após o acidente, ele deixou o local e alegou depois como razão problemas emocionais.

A família de Marcelo produziu uma perícia particular que foi entregue à Justiça. Já o pai de Rayssa, disse na última audiência que também ia recorrer ao serviço de um profissional no assunto.

Nesse material, a perícia que simula o acidente. Com o choque, os carros foram atirados a quase 35 metros de distância.

Simulação abaixo mostra o carro preto [Honda Civic] e o Fiat Uno da universitária se chocando na avenida Mato Grosso com a rua Bahia.

Saiba mais sobre esse caso em notícias relacionadas, logo abaixo.

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