Simted se manifesta contra readequações e abertura de Ceim’s nas férias

O Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados (Simted) voltou a se posicionar contrário às readequações que estão programadas pela prefeitura para acontecer nos Centros de Educação Infantil Municipais (Ceim’s) e à abertura dessas instituições de ensino em período de férias escolares no mês de janeiro. Segundo o sindicato, eles não abrem mão de […]

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O Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados (Simted) voltou a se posicionar contrário às readequações que estão programadas pela prefeitura para acontecer nos Centros de Educação Infantil Municipais (Ceim’s) e à abertura dessas instituições de ensino em período de férias escolares no mês de janeiro.
Segundo o sindicato, eles não abrem mão de defender a posição da categoria e entendem que se acontecerem as readequações e principalmente a abertura dos Ceim’s nas férias, a prefeitura estará contrariando um posicionamento da categoria, o que acarretará uma grande revolta nos educadores.
O vice-presidente João Wanderley de Azevedo, que já tinha adiantado essa posição anteriormente, também adverte sobre possíveis reações da categoria. “Os educadores não aceitarão ter que trabalhar durante seu período de férias e ainda que haja aqueles que concordem por um motivo ou outro, não será a maioria. É preciso que a prefeitura repense sua postura”, acrescentou.
Estudo
Dados preliminares de um estudo recente do professor mestre em História, Tiago Alinor Hoissa Benfica, em parceria com o Simted mostra que a maior incidência de afastamentos por motivos de saúde, tem um aumento no final do bimestre e que no período de férias esse índice diminui significativamente.
A pesquisa mostra três meses em 2010, agosto (48 afastamentos), outubro (42 afastamentos) e setembro (39 afastamentos) que foram críticos para a saúde do trabalhador em educação. “Como se observa, existe a tendência de aumento de licenças após o início do ano letivo, concentrando-se nos períodos de final de bimestre do calendário escolar e nos meses de agosto e setembro, declinando no período de férias, como em julho, dezembro e janeiro”, destacou Tiago.
“Além do fator saúde, que por si só já é importante para a não abertura em temporada de férias, há o fator pedagógico, que também por meio de pesquisas, comprova que os pais e filhos devem ficar um tempo juntos. Independente do país não ser de primeiro mundo, como afirmou um vereador recentemente, essa medida é extremamente necessária. Ou será que só quando o Brasil for de primeiro mundo é que os filhos terão o direito de estarem na companhia dos pais?”, questiona Brumatti.
João Wanderley lembrou ainda que, em um tempo onde a sociedade culpa a ausência da família por boa parte dos problemas sociais referentes à violência vivida no país, não há como jogar a responsabilidade toda para os educadores.
“Quando vemos nos noticiários a violência, costuma-se chamar a atenção para o papel da família ao educar as crianças, mas, quando essa mesma família é chamada para a responsabilidade, o Estado tenta interferir e mudar a ordem natural. É importantíssima a presença dos pais junto aos filhos, ainda mais nessa primeira fase da infância. É lamentável que um vereador pense que somente em um país desenvolvido os pais possam ficar mais tempo com os filhos. Talvez tenha dito por que ele estará de férias, de recesso até depois do Carnaval”, declarou João Wanderley.
Trabalho
Uma comissão do Simted está discutindo o caso e deverá fazer uma reunião com a administração municipal, momento em que poderá ser definida a situação junto a prefeitura. “Queremos primeiro dialogar, depois, se não houver outra saída, reuniremos a Assembleia Geral e poderemos tomar outras medidas”, explicou João Wanderley.

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