Mantega: se crise afetar China, Brasil poderá ser atingido

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil avalia a crise como “crônica” e teme que chegue a fase “aguda”, afetando economias emergentes dinâmicas, como a China. Para Mantega, a desaceleração da economia chinesa, principal parceiro comercial do Brasil e grande importador de commodities, pode afetar de maneira mais assertiva a economia brasileira.”Temos […]

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil avalia a crise como “crônica” e teme que chegue a fase “aguda”, afetando economias emergentes dinâmicas, como a China. Para Mantega, a desaceleração da economia chinesa, principal parceiro comercial do Brasil e grande importador de commodities, pode afetar de maneira mais assertiva a economia brasileira.”Temos de torcer para que a economia chinesa não sofra desaceleração”, disse.

“Com contração da economia mundial que vai suceder a crise, os países emergentes dinâmicos, como a China, podem ser afetados. Temos de torcer para que economia chinesa não tenha desaceleração. Isso é uma preocupação. Porque aí sim nos afeta, porque temos na China nosso parceiro commercial. E ela exporta muito manufaturado e ela está diminuindo as exportações dela. O nosso temor é que isso acabe comprometendo o comércio entre emergentes, que se mantém no patamar elevado. Aí podemos ter alguma repercussão”, avaliou.

Mantega reforçou a proposta de que as economias emergentes, representadas pelo grupo composto por Brasil, Rússia, Índia e China (Bric), podem ajudar os países europeus em crise por meio do Fundo Monetário Internacional. Mantega embarca na próxima semana para a Paris, onde participa da reunião do G-20, que reúne as 20 principais economias mundiais, para discutir o assunto. Esta cúpula reunirá ministros da economia desses países e é uma prévia para o encontro de chefes de Estado, marcado para os dias 3 e 4 de novembro, na cidade francesa de Cannes.

“Fizemos reunião 20 dias atrás em Washington do FMI com o Bric e discutimos uma maneira de ajudar a recuperação da economia europeia. É uma crise mundial, porque se estende a todo mundo e todo mundo está envolvido nela. Foi combinado entre nós que a melhor maneira seria reforçar o Fundo Monetário Internacional de modo que ele tivesse as condições de entrar também no programa de ajuda”, disse o ministro.

Em reunião com a cúpula do governo Dilma Rousseff nesta segunda-feira, Mantega fez um relato à presidente e a ministros com trânsito no Planalto do cenário econômico atual. Ele falou sobre o rebaixamento da nota de confiança de países e bancos europeus pelas agências de classificação de risco. O ministro da Fazenda citou também a crise do banco belga Dexia e a solução a proposta de solução feitas entre França e Alemanha. Mantega criticou a a lentidão europeia em ajudas econômicas. O resgate prometido pela chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, só deve acontecer em 20 dias. “Os europeus sempre demoram para dar soluções e quando elas vêm, já chegam tarde”, disse o ministro.

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