Mantega diz que Brasil vai manter livre flutuação da moeda

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou nesta segunda-feira que o governo não tem a intenção de estabelecer uma taxa de câmbio fixa, apesar da forte desvalorização do real nas últimas semanas e das medidas tomadas para conter o avanço do dólar. ‘O câmbio seguirá flutuante no Brasil’ e, nas atuais condições, com um menor […]

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou nesta segunda-feira que o governo não tem a intenção de estabelecer uma taxa de câmbio fixa, apesar da forte desvalorização do real nas últimas semanas e das medidas tomadas para conter o avanço do dólar.

‘O câmbio seguirá flutuante no Brasil’ e, nas atuais condições, com um menor fluxo de recursos para os países emergentes, ‘teremos um real menos supervalorizado. Mas, não sei em qual nível, porque não há um valor ideal de câmbio’, afirmou Mantega em entrevista coletiva em São Paulo.

Segundo o ministro, com a alta do dólar e as turbulências econômicas, ‘a dívida do país desceu de 39,8% para 39,2% do PIB (Produto Interno Bruto) e tende a cair mais’.

Em setembro, o real se desvalorizou 19% perante ao dólar e caiu a seu nível mais baixo desde junho de 2010, como consequência da volatilidade da crise mundial. Em relação ao ano, a moeda brasileira se desvalorizou 13,44% frente à americana.

Nesta segunda, o real chegou a perder 2%. Mas, após uma operação do Banco Central, que injetou dólares no mercado, a moeda americana fechou em R$ 1,892 para a venda na taxa de câmbio comercial.

Após se reunir com empresários na Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mantega também falou sobre as taxas de juros no Brasil, que, apesar de registrar uma redução de meio ponto percentual em agosto, seguem entre as mais altos no mundo – 12% anual.

‘A taxa de juros ideal seria entre 2% e 3%, porém é óbvio que isso não se alcança da noite para o dia e nem seria (agora) prudente’, afirmou Mantega, que enfatizou que qualquer tipo de redução na taxa de juros tem que ser com ‘o olho fixo’ na inflação.

Nesse sentido, Mantega assegurou que o governo brasileiro ‘tem mais oxigênio que em 2008’, e que o país ‘está preparado para uma crise crônica, leve, e também para uma crise mais aguda’.

‘Temos muita munição que podem ser usada em caso de necessidade, mas queremos usar mais instrumentos monetários que fiscais’, acrescentou.

As reservas cambiais do país são de US$ 350 bilhões, frente aos US$ 200 bilhões de setembro de 2008, quando começou a crise mundial, concluiu Mantega.

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