Lido ao contrário, nome de grupo formado por menores era apologia ao sexo

“Ate Cubanos”. Este era o nome do grupo formado por adolescentes que mantinham encontros íntimos e consumiam bebidas alcoólicas em uma residência localizada no bairro Iracy Coelho, em Campo Grande. Lido ao contrário: sonabu.., o “batismo” era mais uma apologia a atividade sexual dos jovens. O nome do grupo era estampado em camisetas e seria […]

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“Ate Cubanos”. Este era o nome do grupo formado por adolescentes que mantinham encontros íntimos e consumiam bebidas alcoólicas em uma residência localizada no bairro Iracy Coelho, em Campo Grande. Lido ao contrário: sonabu.., o “batismo” era mais uma apologia a atividade sexual dos jovens.

O nome do grupo era estampado em camisetas e seria uma espécie de uniforme dos frequentadores da casa, além de outras camisetas com dizeres diferentes como, por exemplo, “experimenta”.

O grupo foi denunciado ao Conselho Tutelar e também a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e a DEAIJ (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e a Juventude). Num primeiro momento foram identificados os menores que tem mais de 14 anos e praticaram sexo com menores desta idade o que tipifica estupro de vulnerável.

Agora as delegadas Márcia Mota (DEPCA) e Aline Cinot (deaij) trabalham para descobrir se havia participação de maiores de idade, inclusive por conta da entrada de bebidas alcoólicas na casa. A previsão é que em dez dias os inquéritos sejam concluídos.

O caso

De acordo com as delegadas responsáveis pelas investigações, Regina Mota (DEPCA) e Aline Cinot (Deaij), os adolescentes pertenciam a um grupo de dança apoiado pela escola onde estudavam, que a diretoria decidiu dissolver exatamente por conta da conotação sexual que as coreografias estavam tendo. Já estava bastante entrosado e seus integrantes resolveram então fundar uma espécie de clube, mas daí em diante com festas, a prática de sexo entre eles e consumo de bebidas alcoólicas. Tudo acontecia na casa de um menor, que segundo a polícia, fundou uma gangue que aliciava meninos e meninas de 11 a 16 anos para freqüentar a residência.

A polícia revela que estava investigando o caso e já havia confirmado a prática sexual dos adolescentes e o consumo de bebida. Quando estava num trabalho de monitoramento para verificar a possibilidade de entrada de drogas e maiores participando ou “patrocinando” o grupo em troca de algo, a mãe de uma menina de 12 anos procurou a imprensa para relatar o que estava acontecendo na casa. Com isto a investigação ficou prejudicada, pois foi encontrado apenas um aparelho para triturar maconha, que foi encaminhado para ser periciado.

O grupo se organizou para os encontros por meio de camisetas e tudo era combinado por redes sociais como MSN e ainda uma comunidade no Orkut denominada “Congresso do Bulimento”, onde postavam fotos consumindo bebidas alcoólicas. Ela pertence ao líder do grupo, um menor que completou 15 anos, há duas semanas, que se intitula Til Rei.

A delegada da Deaij explica que praticar ato sexual com adolescente a partir de 14 anos, desde que seja consensual, não é crime. Porém, a polícia descobriu que freqüentavam a casa menores a partir de 11 anos. Os maiores de 14 anos que mantiveram relações com os com menos desta idade vão responder por estupro de vulnerável.

Mais de 20 adolescentes foram ouvidos pelas duas delegadas, porém cinco meninos e três meninas vão responder por estupro de vulnerável. Além disso, um nono garoto também vai responder por ameaça e injúria depois que procurou a mãe da adolescente que denunciou as práticas na casa.

Quanto a venda de bebidas alcoólicas, a polícia revela que já sabe quem foi o comerciante que atendeu os menores. “Os adolescentes não tinham conhecimento do caráter ilícito que estavam praticando. A única coisa que sabiam era que bebida para eles não podia. Alguns até ficaram indignados quando explicamos o que diz a lei”, disse a delegada Aline Cinot.

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