Infestação de mosquitos incomoda população de Corumbá

O velho ditado popular “Em boca fechada não entra mosca”, foi alterado nos últimos dias em Corumbá, afinal, o grande número de mosquitos que tem incomodado e preocupado os corumbaenses, fez outro ditado popular entoar pelos quatro cantos da cidade: “Em boca e em casa fechadas, não entram mosquitos”. “Não sei mais o que faço, […]

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O velho ditado popular “Em boca fechada não entra mosca”, foi alterado nos últimos dias em Corumbá, afinal, o grande número de mosquitos que tem incomodado e preocupado os corumbaenses, fez outro ditado popular entoar pelos quatro cantos da cidade: “Em boca e em casa fechadas, não entram mosquitos”.

“Não sei mais o que faço, pois minha filha tem apenas dez meses de idade. Em minha casa, o ataque de mosquitos é diário e como ela é bebê, não posso usar repelentes e nem outros materiais para espantar os insetos. O jeito é manter a casa fechada e ficar o dia todo com ela dentro do mosqueteiro, mesmo assim ela está toda marcada pelas picadas de mosquito. Tenho muito medo que um deles transmita alguma doença à ela”, disse ao Diário, Rosiane Soares, 23 anos, ao mostrar a pequena Mariane de Lourdes Velasques Vilela, cheia de vermelhidões pelo corpo, devido as picadas dos insetos.

Rosiane estava com Mariane no ponto de ônibus em frente a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus do Pantanal. Para proteger a menina das picadas e espantar os mosquitos, se utilizava de um fiel aliado: a boa e velha toalhinha. “Sair com a Mariane na rua é só com toalhinha, pois é o modo que tenho de espantar os mosquitos de perto dela, mesmo assim, é quase impossível, por isso, coloco calça comprida e uma blusa que não seja muito quente, até porque mesmo com essas chuvas, o calor ainda é intenso na cidade. Então, fico em um grande dilema, ou a protejo dos mosquitos, ou a deixo com calor. Tenho decidido pela segunda opção. O problema é que também me exponho ao ataque dos mosquitos, pois não posso usar repelentes porque fico perto dela o dia todo. A toalhinha serve para nós duas”, frisou Rosiane. Enquanto ela dava entrevista, um grande número de mosquitos se aglomerou em todo seu corpo, principalmente em seu pé.

Percorrendo o bairro Universitário, a reportagem encontrou dona Pascoala Pessoa Surubi, de 73 anos, que se utilizava de outro meio para espantar os mosquitos: “a bomba com Baygon”. “Moro há muito tempo neste bairro e nunca vi uma infestação de mosquitos tão grande como a deste ano, está dando até medo. Antigamente utilizávamos a queima de casca de ovos, fazíamos fumaça para espantar os insetos, mas este ano, nem isso está dando conta.

Nestes dias, a saída tem sido bombear a casa com Baygon, utilizo isso o dia todo e tranco minha casa. Não temos mais a privacidade de abrir uma porta, temos que ficar trancados”, contou a moradora.

Ao lado de sua casa, dona Pascoala mostrou sua grande preocupação: uma casa abandonada. “A última limpeza que fizeram nela foi no ano passado, mesmo assim, deixaram todo o lixo acumulado do lado de dentro. Tenho medo que toda essa sujeira traga os mosquitos da dengue e da leishmaniose, pois tem muitas folhas espalhadas dentro da casa e não há nem como tentarmos limpar. Todos os moradores dessa rua estão correndo um grande perigo”, afirmou.

Repelentes

Com tantos mosquitos, cresce é claro, a procura pelos repelentes. Em uma farmácia da cidade, há falta do produto devido a grande procura, como apontou o proprietário, Ataíde Júnior, 32 anos. “Os repelentes estão em falta desde sexta-feira. Hoje, tenho apenas loções para vender. Tem uma semana que inaugurei a farmácia e os repelentes foram os produtos que mais tiveram saída. Vendi mais de 80 unidades. Tive que dobrar os pedidos e manter a variedade, principalmente dos preços, que vão de R$ 14 a R$ 20”, afirmou.

Já em outro ponto comercial, a vendedora constatou que preço não está movendo as compras e sim a eficácia dos produtos. “Em média, estamos vendendo mais de 12 repelentes por dia. O nosso estoque está em dia, mas a venda cresceu muito. O que nos surpreendeu é que os consumidores não estão se preocupando com o preço e sim com a qualidade do produto, logo, estamos vendendo repelentes de toda as marcas e de todos os preços, porém, os de melhor procedência são os mais procurados”, frisou Marilza Brandão, 33 anos.

Em uma farmácia tradicional, o estoque de repelentes está sendo reposto diariamente, para evitar a falta do produto, segundo o farmacêutico Ricardo Delvízio. “Diariamente estamos repondo os repelentes, a procura têm sido intensa nos últimos dias e para não deixar os consumidores na mão, temos que investir e repor o estoque todos os dias”, informou.

Mesmo quem nunca usou o produto, agora está se arriscando. É o caso da dona Jane Duarte, 60 anos, que procurava um repelente para comprar para o neto, que é estudante. “Temos sofrido muito com os mosquitos. Em casa, ficamos somente com as portas fechadas. Fomos forçados a comprar um repelente porque meu neto disse que não aguenta mais tanto mosquito na sala de aula”, disse a dona de casa, moradora na rua Cabral, no centro de Corumbá, ao escolher o produto com seu neto Vinícius, de 12 anos.

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