Gravidez precoce aumenta risco de cegueira infantil
A gravidez entre as adolescentes brasileiras vem caindo, mas ainda atinge índice crítico. Indicadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que 18,2% das mães no País estão na faixa etária de 15 a 19 anos. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, estudos da OMS comprovam que […]
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A gravidez entre as adolescentes brasileiras vem caindo, mas ainda atinge índice crítico. Indicadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que 18,2% das mães no País estão na faixa etária de 15 a 19 anos. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, estudos da OMS comprovam que a gestação antes dos 18 anos é um fator de risco para o parto prematuro. Por isso, para ele a gravidez precoce associada à sobrevida de 80% dos bebês prematuros está fazendo a retinopatia da prematuridade crescer no País. A doença representa a segunda causa de cegueira entre as crianças brasileiras. É caracterizada pelo desenvolvimento desordenado dos vasos da retina que pode provocar falhas na circulação, hemorragia e o descolamento da retina que causa cegueira.
A estimativa do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) é de que no Brasil ocorrem 30 mil novos casos ao ano. Entre bebês prematuros, 30% são atingidos pela retinopatia e 8% desses ficam cegos.
Queiroz Neto explica que isso acontece porque nos bebês que nascem antes do tempo a retina não se encontra completamente vascularizada e pronta para entrar em contato com o ambiente externo.
Risco e diagnóstico
Os pais, ressalta, devem estar mais atentos com filhos de peso inferior a 1,5 quilo ou nascidos antes da 36ª semana da gravidez. Para evitar a perda da visão, ele destaca que deve ser feito um exame de fundo de olho, no máximo, até a sexta semana do nascimento, ou seja, ainda na UTI neonatal.
Tratamento depende do estágio da doença
Queiroz Neto afirma que a retinopatia da prematuridade provoca outras alterações nos olhos que podem exigir o uso de correção visual e procedimentos cirúrgicos. As principais são: alto grau de vício refrativo – miopia, hipermetropia ou astigmatismo, – estrabismo, ambliopia e visão subnormal.
No estágio inicial da retinopatia, quando só os vasos periféricos sofrem alteração, ele diz que são feitas sessões de crioterapia. Consiste na aplicação de laser através da esclera (parte branca do olho).nos vasos que crescem na periferia da retina.
No estágio intermediário são feitas aplicações de lazer dentro do olho e no avançado, quando ocorre descolamento de retina, a única terapia é a retinopexia, uma cirurgia que recoloca a retina em seu leito.
O especialista diz que nem todo bebê prematuro desenvolve retinopatia, mas todos devem ter acompanhamento oftalmológico mais frequente para evitar o comprometimento ocular. Nos casos de bebês que precisam usar óculos de grau já nos primeiros meses de vida, a recomendação é manter a criança usando os óculos para estimular o desenvolvimento da visão que só é concluído entre 6 e 8 anos.
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