Em 7 meses, serviços do hospital de Corumbá tiveram evolução, avalia Junta
Reunião da Junta Interventora com diretores da Santa Casa avaliou os sete meses de intervenção pública no Hospital de Caridade de Corumbá e as perspectivas para o próximo quadrimestre. A entrada da comissão interventora na instituição de saúde completa um ano em maio. “Temos a segurança de dizer que a situação está caminhando de maneira o mais satisfatória possível”, afirmou a e…
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Reunião da Junta Interventora com diretores da Santa Casa avaliou os sete meses de intervenção pública no Hospital de Caridade de Corumbá e as perspectivas para o próximo quadrimestre. A entrada da comissão interventora na instituição de saúde completa um ano em maio. “Temos a segurança de dizer que a situação está caminhando de maneira o mais satisfatória possível”, afirmou a este Diário, Lamartine de Figueiredo Costa, presidente da Junta. Na avaliação do presidente, as ações da comissão interventora permitiram que o hospital ganhasse credibilidade não apenas junto à sociedade, mas também de médicos e funcionários da instituição. “Hoje há uma parceria com o corpo clínico; de enfermagem e funcionários. Entendo que as coisas melhoraram e muito”, disse Lamartine
Reunião da Junta Interventora com diretores da Santa Casa avaliou os sete meses de intervenção pública no Hospital de Caridade de Corumbá e as perspectivas para o próximo quadrimestre. A entrada da comissão interventora na instituição de saúde completa um ano em maio. “Temos a segurança de dizer que a situação está caminhando de maneira o mais satisfatória possível”, afirmou a este Diário, Lamartine de Figueiredo Costa, presidente da Junta. Na avaliação do presidente, as ações da comissão interventora permitiram que o hospital ganhasse credibilidade não apenas junto à sociedade, mas também de médicos e funcionários da instituição. “Hoje há uma parceria com o corpo clínico; de enfermagem e funcionários. Entendo que as coisas melhoraram e muito”, disse Lamartine.
Entre as iniciativas empreendidas durante os sete meses de intervenção, o responsável pela Junta destacou melhorias no centro cirúrgico, local onde são realizadas as cirurgias pelos médicos da Santa Casa corumbaense. “O centro cirúrgico agora oferece segurança para o paciente. Estamos trabalhando com o setor de esterilização dentro do que preconiza a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Temos uma comissão de controle de infecção hospitalar atuante, que foi reativada. Antes, não tínhamos o alvará sanitário por conta desse setor e recuperamos isso. O centro cirúrgico está com a implementação de mudanças conforme as necessidades e dentro do recurso que temos”, enfatizou.
De acordo com o presidente da Comissão de Intervenção, embora o hospital não possa contar com repasses integrais provenientes da contratualização dos serviços hospitalares – parte dele fica retida no banco para quitação de dívidas acumuladas em gestões anteriores -, os avanços estão aparecendo.
“A situação está caminhando de maneira o mais satisfatória possível. Ainda que não contemos com recursos, temos uma parcela de repasse do SUS, em torno de R$ 606 mil, e essa parcela não vem total porque uma parte fica retida na Caixa Econômica Federal por conta de pagamento de dívidas contraídas anteriormente. Temos um desconto de R$ 107 mil por mês, desses 606 mil. Isso tudo reflete no trabalho que fazemos hoje, mas mesmo assim, estamos trabalhando. Os funcionários recebem os salários em dia; o 13º foi pago em dia e não houve necessidade de empréstimo para pagar salários”, esclareceu.
Lamartine afirmou que os repasses da Prefeitura ao Hospital de Caridade seguem dentro do previsto e os procedimentos hospitalares seguem com sua execução habitual. “A Prefeitura repassa um valor que é para pagamento dos plantonistas e esse valor não foi alterado. Eles recebem exatamente igual ao que recebiam desde o momento que entramos aqui. Não houve cortes. As cirurgias estão sendo feitas e sendo pagas via SUS, com repasse do Governo Federal, dentro de uma tabela que o SUS oferece. Os nossos médicos têm atendido e o número de cirurgias tem aumentado significativamente a partir do momento em que adaptamos o centro cirúrgico ao que a Anvisa preconiza. No hospital não houve redução de salários. Continuam exatamente igual. O CTI [Centro de Tratamento Intensivo] em momento algum foi deixado de lado. Há uma preocupação constante e os médicos estão lá as 24 horas do dia”, observou.
As perspectivas para os próximos meses são bastante animadoras, prevê o presidente da Junta ao ressaltar a atuação harmônica dos segmentos internos da instituição e o apoio da sociedade para a melhoria dos serviços prestados pelo Hospital de Corumbá. “Cada setor como o CTI; Maternidade; Clínica Médica; Centro Cirúrgico tem seu médico responsável. Estamos em permanente contato para que eles nos passem as necessidades maiores. Evidente que não se resolve em sete meses aquilo que não era resolvido há muito tempo. Dentro dos recursos que temos as coisas acontecem. Recentemente recebemos comunicação de empresário que vai nos trazer equipamentos; de uma escola nos trazendo ar-condicionado; Marinha e Exército estão nos dando apoio. Mostra que as pessoas acreditam ser possível mudar e estão nos ajudando a mudar. Isso estimula a todos; funcionários e médicos”, completou.
Junta garantiu conquista de direitos aos médicos
Diretor clínico do Hospital de Caridade de Corumbá, o médico oncologista Marco Antônio Cazzolato, que participou da reunião com a Junta, disse a este Diário que os sete meses da Comissão de Intervenção permitiram à classe a conquista de direitos que o corpo clínico não via o cumprimento por parte de administrações anteriores. “Desde que a Junta assumiu conseguimos vislumbrar o pagamento de plantões para praticamente todas as especialidades básicas. Havia algumas [especialidades] que não eram contempladas e agora são, como é o caso da clínica médica; de ortopedia. As outras especialidades que já vinham sendo remuneradas como cirurgia geral; pediatria; ginecologia e CTI estão mantidas. Os salários estão normais e sendo pagos adequadamente. Não teve decréscimo”, afirmou o diretor.
Cazzolato lembrou que a tabela do SUS, que remunera os procedimentos cirúrgicos aos médicos, traz valores defasados. “Os valores são bastante diminutos. São valores simplórios pela magnitude do procedimento. Para uma cirurgia de extirpação de vesícula, por exemplo, você recebe R$ 80. E isso, pelo risco do procedimento e complicação que pode advir, é realmente um valor incompatível com a complexidade que o procedimento necessita. Mas [as cirurgias pelo SUS] são feitas normalmente aqui”, explicou.
Ele destacou que a Santa Casa tem em torno de 40 a 50 médicos em atividade atualmente na instituição de saúde. “Estão como plantonistas; nas especialidades; fazendo cirurgias aqui conosco”, disse o oncologista.
Associação Médica vê satisfação da classe
Presidente da Associação Médica de Corumbá, Eduardo Lasmar Pacheco, que também é integrante da Junta de Intervenção, afirmou ao Diário que para os médicos, os sete meses de atuação da Comissão Interventora trouxe satisfação. “Conseguimos alcançar um grau de satisfação bastante importante na classe médica. Principalmente no fato de termos contato com a administração e mostrar nossas demandas e ouvirmos da Santa Casa as condições de nos dar o que pleiteamos e precisamos”, enfatizou.
Lasmar afirmou que todos os compromissos assumidos com os médicos vêm sendo rigorosamente cumpridos. “Hoje, todos os plantões são pagos e as cirurgias são remuneradas, tudo de forma pontual, conforme o acordado. Todos os plantões estamos recebendo do CTI, maternidade, anestesia, cirurgia, ginecologia. Todos são pagos pela Santa Casa através do repasse da Prefeitura. O acordo está sendo cumprido”, disse. “Em relação ao acordo com a Santa Casa recebemos em dia o que acordamos. Pode não ser o ideal, mas nós sabemos o que podemos pedir para a Santa Casa sem extrapolar a situação financeira que a instituição vive. O que a Santa Casa pode nos pagar está sendo cumprido dentro dos prazos. Não há qualquer insatisfação da classe médica com relação a Santa Casa hoje”, reforçou.
O presidente da Associação Médica reiterou críticas à tabela de valores que o SUS paga aos médicos por procedimento. “Uma cirurgia de vesícula pelo SUS, depois do desconto me dá 80 reais. De hérnia dá 62, de hérnia em criança paga 41 reais. Esse paciente de vesícula operado hoje e se ficar 10 dias internado eu vou ganhar 80 reais do mesmo jeito. Está muito aquém do que a complexidade exige”, finalizou.
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