Comissão Processante do prefeito de Campinas reúne oposição, situação e “muro”

O processo de impeachment contra o prefeito de Campinas (SP), Hélio de Oliveira Santos (PDT), aprovado por unanimidade na Câmara nesta segunda-feira (23), será comandado por vereadores de diferentes posições em relação ao governo municipal. Dos três sorteados, apenas Rafa Zimbaldi (PP) é declarado oposição, mas é quem vai presidir os trabalhos. A decisão pela […]

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O processo de impeachment contra o prefeito de Campinas (SP), Hélio de Oliveira Santos (PDT), aprovado por unanimidade na Câmara nesta segunda-feira (23), será comandado por vereadores de diferentes posições em relação ao governo municipal. Dos três sorteados, apenas Rafa Zimbaldi (PP) é declarado oposição, mas é quem vai presidir os trabalhos. A decisão pela presidência foi tomada em comum acordo entre ele e Zé do Gelo (PV), vereador que transita entre oposição e situação na Câmara e que vai ser o relator do processo. O terceiro integrante sorteado, Dr. Sebastião dos Santos, é do PMDB, um dos partidos da base de sustentação do governo.

“É uma comissão equilibrada”, resumiu Artur Orsi (PSDB), que não pode participar do sorteio para integrar a comissão por ser o autor do pedido de impeachment – também ficaram de fora o presidente da Casa, Serafim Júnior (PDT), Professor Alberto (DEM) e Paulo Oya (PDT), respectivamente presidente, primeiro e segundo secretário da Câmara. Orsi acredita no equilíbrio principalmente pelo fato de o pedido ter sido aprovado por unanimidade, o que inclui vereadores do PDT e os demais partidos da base aliada – a comissão seria instalada a partir do voto de 22 dos 33 vereadores.

Depoimento  

Uma das ações da Comissão Processante será ouvir o prefeito Hélio de Oliveira Santos. A data deverá ser definida assim que os três integrantes da comissão começarem os trabalhos, ou seja, logo que Dr Hélio foi oficialmente notificado do processo. A previsão é de que isso aconteça ainda esta semana.

Sobre o prazo de 90 dias para a conclusão dos trabalhos da comissão e a emissão de um parecer, Zimbaldi disse que “é mais que suficiente”. Caso o relatório final aponte para a cassação, novamente será necessário o voto de ao menos dois terços da Câmara para que o prefeito perca o mandato. Nesta caso, o vice-prefeito assume o cargo, mas a situação está indefinida porque Demétrio Vilagra (PT) é uns dos integrantes do primeiro escalão com prisão temporária decretada, por suspeito de participação no esquema fraudulento de licitações em contratos públicos investigados pelo Ministério Público.

Vaias e aplausos

A sessão desta segunda-feira foi a mais concorrida do ano e da atual legislatura. Cerca de 600 pessoas assistiram e pressionaram os vereadores na aprovação do pedido de impeachment. Muitos ficaram do lado de fora do plenário, que já tinha fila antes do início da sessão, às 18h. As vaias e aplusos se revezavam no plenário, de acordo com o discurso dos vereadores que usaram a Tribuna. Na plateia, cartazes de protesto, gente fantasiada e até papel higiênico para compor o cenário da insatisfação com os integrantes do governo acusados de corrupção.

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