Comerciantes de Teresópolis enfrentam agora a falta de turistas
Além da dor e dos prejuízos causados pela tragédia que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro há 11 dias, os comerciantes de Teresópolis enfrentam agora outro problema: a falta de turistas. Na mais tradicional feira de artesanato da cidade, que costuma receber mais de 5 mil visitantes nos fins de semana, a previsão […]
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Além da dor e dos prejuízos causados pela tragédia que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro há 11 dias, os comerciantes de Teresópolis enfrentam agora outro problema: a falta de turistas. Na mais tradicional feira de artesanato da cidade, que costuma receber mais de 5 mil visitantes nos fins de semana, a previsão hoje (22) é que menos de mil compareçam ao local.
Ponto turístico de Teresópolis, a Feirinha do Alto funciona há quase três décadas logo na entrada da cidade. Os visitantes podem encontrar roupas, comidas típicas, souvenirs e informações sobre a história do município e da região serrana.
Ainda abalada com a tragédia em que perdeu sua casa, a feirante Dina Castor tem dificuldade em falar sobre sua situação. Com semblante abatido e preocupado, ela diz que a falta dos turistas causará ainda mais problemas. “A feira é minha única fonte de renda. Agradecemos a Deus por estarmos vivos, mas vamos passar ainda por momentos difíceis”, afirmou à Agência Brasil. “Ainda estou com as pernas meio bambas, mas vou reagir”, acrescentou.
“A gente já vinha com prejuízo por causa das chuvas. E agora mais ainda”, lamentou a feirante Maria Inês Santiago, que há mais de 20 anos tem uma banca de roupas. Segundo ela, a melhor época de vendas da feira é no inverno, a partir do mês de junho. Mas, nesta época o movimento também cresce devido às férias de fim de ano.
Mesmo com as perdas, Maria Inês mostra otimismo em relação ao futuro da cidade e à recuperação das vendas. “A gente vive do turismo e ninguém está subindo [a serra] por conta do que aconteceu. Isso aconteceu aqui, mas poderia ter ocorrido em qualquer lugar. É um dia após o outro, com o tempo as coisas vão se acomodar”.
Já a feirante Leila Maciel Rezende é menos otimista. “Acho que já perdemos as férias”, disse. Ela reconheceu a gravidade da tragédia, mas fez um apelo para que os turistas sejam informados que a cidade está pronta para atendê-los. “O caos é total, mas o centro não foi afetado. As pessoas veem na TV que a cidade está destruída, mas a realidade é outra”.
O coordenador da feira, Naurídio Cardinot, também ressaltou que a infraestrutura, tanto de acesso a Teresópolis quanto da rede hoteleira, em grande parte não sofreu estragos e que a cidade está apta a receber os turistas. “A cidade está preparada. Cerca de 80% dos hotéis estão em perfeitas condições de recebê-los. A cidade está funcionando”, afirmou.
De acordo com ele, a feira tem 600 estandes, com aproximadamente 1,2 mil pessoas trabalhando, entre feirantes e colaboradores. “A maioria das pessoas depende da feira. Elas estão preocupadas”, afirmou.
Mesmo preocupada com a queda nas vendas, a vendedora de roupas para recém- nascidos Leir Vigiani acredita em dias melhores. “Nos sábados, o movimento é muito bom. Mas não tem ninguém. Talvez em um mês as coisas melhorem”, disse, com um sorriso de esperança.
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