Com demissão em massa, população denuncia falta de médicos em Três Lagoas

Moradores denunciam demissão em massa de médicos durante a Sessão da Câmara nesta terça-feira (03), em Três Lagoas.

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Moradores denunciam demissão em massa de médicos durante a Sessão da Câmara nesta terça-feira (03), em Três Lagoas.

Moradores de Três Lagoas estiveram na sessão da Câmara Municipal desta terça-feira (3) para reclamar sobre a falta de médicos e medicação nos postos de saúde da cidade. Segundo eles, já existem postos em que não há profissionais para atender à população.

Apesar da Secretaria Municipal de Saúde alegar que os pedidos de demissão dos médicos começaram a acontecer após a Prefeitura exigir o cumprimento de norma do Ministério da Saúde, vereadores protocolizaram indicações solicitando esclarecimentos à Secretaria de Saúde.

R$ 54 milhões para saúde

“A pasta da saúde recebeu R$ 54.532.000,00 para programas de execução neste ano. Não podemos compactuar que faltem médicos ou medicamentos para o três-lagoense. Entrei com documentação pedindo explicações à Prefeitura sobre para onde este dinheiro está sendo aplicado”, alegou o vereador Idevaldo Claudino da Silva (PT).

“O que nós não podemos é deixar que os postos de saúde fiquem sem médicos. Os salários precisam ser revistos, muito ainda precisa ser ajustado. A saúde do município precisa de uma revisão geral, mas é necessário neste momento estes postos não fiquem sem atendimento, porque a saúde das pessoas não pode esperar”, enfatizou a vereadora Marisa Rocha (PSB) durante discurso na tribuna.

No Posto de Saúde da Família (PSF) do Jupiá, que atende os bairros Jupiá, Vila Piloto, Vila Alegre e Cinturão Verde, um dos médicos já pediu demissão. “Trata-se da mesma redundância de jornada que ocorre em todo País. De acordo com a lei, a jornada do médico em todo Sistema Único de Saúde (SUS) não pode ultrapassar 60 horas semanais. O próprio sistema do Ministério da Saúde faz a delimitação, impedindo que se ultrapasse essa carga horária. Não temos como impedir a evasão em massa dos médicos devido à discordância quanto à regra. Porém estamos abertos para novas contratação de profissionais desta área”, informou Angélica Bolttura Manteiga, diretora de saúde de Três Lagoas.

Plano de carreira

Discutido e polemizado no final do ano passado (2010), o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos profissionais de saúde do município ainda não foi aprovado. A proposta já foi elaborada pela Prefeitura e por servidores da área, mas alguns servidores solicitaram alterações ao texto antes que seja posto em votação.

“Faz quatro anos que o PCCS da saúde espera pela implantação. Três Lagoas aumentou 300% a arrecadação em cinco anos, mas esses recursos não são destinados a setores fundamentais como a educação e a saúde. A política atual na Prefeitura é a de grandes obras e economia para as demais pastas. Estamos prevendo o lançamento de um novo ‘Pacotão de Obras’ para o segundo semestre, enquanto um técnico de enfermagem continua ganhando o mesmo que profissional da limpeza”, argumentou o vereador Jorge Martinho (PMDB).

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