Brasileiro consumiu R$ 6,2 bi em genéricos em 2010

Um em cada cinco medicamentos comercializados no Brasil no ano passado era genérico. As vendas desse tipo de produto passaram dos R$ 6,2 bilhões, o que representa um crescimento de 37,7% entre 2009 e 2010. Esse número é o maior desde 2002, segundo o balanço divulgado pelo IMS Health, instituto que audita o desempenho da […]

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Um em cada cinco medicamentos comercializados no Brasil no ano passado era genérico. As vendas desse tipo de produto passaram dos R$ 6,2 bilhões, o que representa um crescimento de 37,7% entre 2009 e 2010. Esse número é o maior desde 2002, segundo o balanço divulgado pelo IMS Health, instituto que audita o desempenho da indústria farmacêutica no Brasil e no mundo.

De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (8), em 2009, o brasileiro consumiu R$ 4,5 bilhões de medicamentos genéricos. Entre 2009 e o ano passado, o total de unidades de remédios vendidos passou de 330,9 milhões para 444,3 milhões.

Esse crescimento foi quase o dobro da evolução apresentada pelo mercado farmacêutico total, na avaliação de Odnir Finotti, presidente executivo da Pró Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos).

Ele aponta que os motivos que levaram a este aumento foram o crescimento da economia, o aumento da renda da população e a entrada de novos produtos no mercado.

– Novos consumidores passaram a comprar medicamentos por conta do aumento da renda e os genéricos são a porta de entrada do mercado farmacêutico. Além disso, a entrada de drogas importantes no segmento também naturalmente amplia nosso mercado.

No ano passado, o conjunto da indústria farmacêutica brasileira (que inclui os produtos de marca) comercializou 2,068 bilhões de unidades de medicamentos no período contra 1,769 bilhão em 2009, o que representa alta de 16,9%.

Na análise de participação de mercado, esse tipo de remédio fechou 2010 com 21,3%. Isso significa que mais de 1 em cada 5 produtos eram genéricos. No fim de 2009, esse percentual estava em 18,7%.

Finotti diz que medidas como o Farmácia Popular, programa do governo que distribui remédios a preços menores, também ajudaram a elevar as vendas.

– Os genéricos se constituem em importante ferramenta para viabilização do programa, especialmente os destinados ao tratamento de doenças crônicas como o diabetes, a hipertensão arterial e o controle do colesterol.

Funciona assim: remédios que custariam R$ 100 em farmácias comuns podem ser encontrados por R$ 10 no Farmácia Popular. O desconto é de 90%. Nesse caso, o governo é quem paga o preço integral dos remédios por meio de subsídios.

O genérico é similar aos medicamentos de referência (os de marca). Ambos têm em comum o princípio ativo (o elemento ou efeito que define para quê serve aquele remédio), mas o genérico é mais barato.

Pesa menos no bolso

Estudo da Pró Genéricos mostrou que desde que foram criados, em 2001, os genéricos promoveram uma economia R$ 18 bilhões aos consumidores.

A associação diz que, para 2011, a projeção é de que o mercado deverá crescer 25%, devido à chegada de produtos como a Valsartana, um dos anti-hipertensivos mais comercializados no país, com mercado que supera os R$ 400 milhões ao ano.

– Essas drogas dinamizam o mercado de genéricos que, por sua vez, ampliam o consumo da substancia em até 6 vezes, como ocorreu no caso do Sildenafil [Viagra] e da Atorvastatina [Lipitor] em 20110.

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