Advogado das Lojas Americanas diz que espancamento de cliente foi ‘legítima defesa’

Na manhã desta terça-feira (24), representantes das Lojas Americanas de Campo Grande compareceram à Câmara Municipal para dar explicações sobre as acusações de que um homem teria sido espancado por um vigilante dentro da loja, acusado de furto. Por volta das 09h, o advogado das Lojas Americanas, Silzomar Mendonça falou durante cinco minutos, alegando que […]

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Na manhã desta terça-feira (24), representantes das Lojas Americanas de Campo Grande compareceram à Câmara Municipal para dar explicações sobre as acusações de que um homem teria sido espancado por um vigilante dentro da loja, acusado de furto.

Por volta das 09h, o advogado das Lojas Americanas, Silzomar Mendonça falou durante cinco minutos, alegando que o segurança da empresa teria sido empurrado pelos corredores por Márcio Antônio de Souza, 33 anos, e que ao entrarem na sala reservada, onde teriam acontecido as agressões, o segurança se defendeu, agindo em legítima defesa.

A reunião foi convocada pelo vereador Marcos Alex (PT), que integra a Comissão dos Direitos Humanos, como forma de dar explicações sobre o caso à população.

O vereador disse que só o fato de o advogado das Lojas Americanas ter confirmado que na sala onde aconteceram as agressões não há câmeras de segurança, já é suspeito e que mesmo se qualquer pessoa cometer um furto dentro da loja, o segurança não teria o direito de agredir o suspeito.

“A comissão dos direitos humanos vê fortes indícios de tortura contra o Márcio”, ainda destaco o vereador Marcos Alex.

O presidente do Seesvig (Sindicato dos Empregados em Empresas de segurança e vigilância de transporte de valores de Campo Grande e Região) Celso Adriano Rocha, participou da reunião e disse que as Lojas Americanas têm sim responsabilidade pelo caso e que o papel do segurança não é de agredir.

Para o presidente, no caso de suspeita de furto, o segurança da loja deve abordar o suspeito, encaminhar para o setor específico e garantir a segurança do funcionário que vai verificar se é produto é furtado.

Na quarta-feira (25), serão ouvidos na Câmara Municipal, o presidente do Seesvig Celso Adriano Rocha e a vítima Márcio Antônio de Souza.

O caso

No dia 23 de abril, Márcio havia comprado um ovo de páscoa em outro estabelecimento, e estava passando por dentro da Lojas Americanas quando foi abordado por um segurança e acusado de ter furtadoi o chocolate.

Ele garante que não teve tempo de explicar que não havia furtado o ovo. A família acredita que a agressão foi motivada por racismo. Márcio é afro-descendente.

“Tinha comprado dois ovos de páscoa no Makro (outro estabelecimento na Capital) e marcado para entregar um deles na rua Cândido Mariano para minha filha, na frente da loja. Após dar o presente dela, resolvi atravessar a loja das Americanas para pegar minha moto, que tinha deixado na rua Dom Aquino. Foi quando fui pego pelo segurança”, conta Márcio.

Márcio foi levado para uma sala reservada, onde foi espancado.

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