Candidato a vice na chapa da presidenciável petista Dilma Rousseff, o presidente da Câmara Federal, deputado Michel Temer (PMDB), confirmou agora há pouco em reunião com o senador Valter Pereira, em Brasília, que virá a Campo Grande nas próximas semanas. Ele participará de reuniões com lideranças do PMDB local e de partidos aliados ao projeto de eleger Dilma sucessora do presidente Lula, incluindo o PT.

Valter que está prestes a assumir a coordenação da campanha de Dilma no Estado ficou incumbido de organizar a agenda de Temer. Ele vai definir a data e toda a programação que o candidato a vice cumprirá em Campo Grande. “O objetivo principal é conversar com a família peemedebista. Ele quer que o PMDB local se engaje na campanha de Dilma”, informou.

A ofensiva de Temer em MS foi antecipada em matéria publicada pelo Midiamax na segunda-feira, dia 26, reproduzindo informação veiculada pela Coluna Painel do jornal Folha de São Paulo. Além de MS, o vice de Dilma deve investir ainda em Estados do Sul, como o Rio Grande do Sul, onde o candidato a governador José Fogaça (PMDB) declarou neutralidade na disputa presidencial. Leia na notícia relacionada.

Em Mato Grosso do Sul, o PMDB decidiu-se pelo apoio ao presidenciável tucano, José Serra, acompanhado decisão do governador André Puccinelli (PMDB). O próprio Temer chegou a se esforçar para que o partido e o governador apoiassem Dilma, visto que este é caminho da legenda nacionalmente.

Porém, Puccinelli viu-se acuado. Caso cedesse aos apelos de Temer teria a senadora Marisa Serrano (PSDB) como adversária na disputa pelo governo. Além disso, não conseguiria que os petistas recuassem da candidatura de Zeca do PT ao governo do Estado. Portanto, viu menos vantagens em dar palanque a Dilma.

Conforme Valter, Temer está ciente da escolha do governador, mas agirá independente dela. “Mesmo que o governador esteja apoiando Serra, Temer pedirá aos que peemedebistas que tem compromisso com o partido que apoiem Dilma”, comenta Valter.

O senador, por exemplo, declarou apoio a Dilma e não tem razões para se preocupar com dificuldades que o governador possa enfrentar. Como se sabe, o parlamentar rompeu politicamente com Puccinelli devido à suposta ingerência do governador nas prévias em que o deputado federal Waldemir Moka sagrou-se candidato ao Senado derrotando Valter.

“No plano estadual eu estou apoiando e trabalhando pela candidatura de Zeca do PT. Anunciou isso abertamente”, reitera o senador.

Em Mato Grosso do Sul, além de Valter, há várias lideranças políticas do PMDB que, contrariando o governador, declararam apoio a candidatura de Dilma Rousseff, tais como o deputado federal, Geraldo Resende, o prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad e o vice-prefeito Edil Albuquerque.

Puccinelli chegou a intimar publicamente Nelsinho a apoiar Serra, mas a pressão não funcionou. Ontem mesmo, ele esteve em Brasília participando da reunião com prefeitos que apoiam a petista.

A direção regional do PMDB não vai tomar qualquer providência em relação aos dissidentes locais visto que as lideranças estão seguindo a orientação nacional que é pelo apoio a Dilma.

Dilma, aliás, pode participar da campanha dos petistas em MS na data de 24 de agosto. Zeca do PT está tentando unir a vinda dela à do presidente Lula pré-agendada para a mesma data. Valter ainda não sabe se a vinda de Temer ocorrerá antes ou depois de Dilma e Lula ou até na mesma data. “Isso nós ainda temos que fechar”, disse.