Soldado da ONU cai de veículo durante confronto com haitianos

Um soldado brasileiro das forças de segurança da ONU que atuam no Haiti caiu de seu veículo durante confrontos entre os capacetes azuis e manifestantes em Porto Príncipe. Motivados pela epidemia de cólera, centenas de jovens atacaram os soldados da ONU com pedras e levantaram barricadas no centro da capital haitiana. Os jovens bloquearam com […]

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Um soldado brasileiro das forças de segurança da ONU que atuam no Haiti caiu de seu veículo durante confrontos entre os capacetes azuis e manifestantes em Porto Príncipe. Motivados pela epidemia de cólera, centenas de jovens atacaram os soldados da ONU com pedras e levantaram barricadas no centro da capital haitiana.

Os jovens bloquearam com latões de lixo e pneus as ruas próximas ao Palácio Presidencial, enquanto os soldados da ONU, surpreendidos, tentavam reprimir a manifestação, sem sucesso. Os capacetes azuis atiraram bombas de gás lacrimogêneo e apontaram suas armas para os jovens, mas não conseguiram detê-los.

Durante o confronto, jovens atacaram soldados da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) que estavam na caçamba de uma caminhonete descoberta. Os manifestantes, que se reuniram na praça do Campo de Marte, bem perto do Palácio presidencial, gritavam slogans em creole tais como “A Minustah nos trouxe a cólera”. Um cartaz em creole também indicava “A Minustah joga excrementos na rua”.

“Estamos contra o poder e contra a Minustah, que não fazem nada. A Minustah deveria pacificar o país e hoje estamos pior. A Minustah mata haitianos”, disse Ladiou Novembre, um professor do ensino médio. Um homem morreu na véspera por disparos e várias pessoas ficaram feridas depois de choques entre capacetes azuis e manifestantes em Cap-Haitien, norte do país.

No início da semana, confrontos entre manifestantes e capacetes azuis deixaram dois mortos e 14 feridos em Cap-Haitien, além de seis soldados da ONU feridos em Hinche (centro). A epidemia de cólera já causou mais de 1,1 mil mortos no Haiti desde outubro, e a situação deve se agravar em um país onde milhões de pessoas vivem em campos de refugiados desde o terremoto de 12 de janeiro, em condições higiênicas precárias.

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