Serra diz que governo Lula faz ‘privatização diferente’

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, rebateu, nesta sexta-feira (23), críticas sobre privatizações feitas no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em entrevista ao grupo RBS em Florianópolis, Serra fez comparações entre a gestão do tucano e o governo do presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT). “O atual governo tem feito um […]

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O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, rebateu, nesta sexta-feira (23), críticas sobre privatizações feitas no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em entrevista ao grupo RBS em Florianópolis, Serra fez comparações entre a gestão do tucano e o governo do presidente Luiz Inácio Lula Silva (PT). “O atual governo tem feito um programa de privatização também, diferente do anterior, que é assim, você doa dinheiro para o capital privado para ele fazer, por exemplo, um hidrelétrica, uma ferrovia. O estado dá o dinheiro de graça, e ele faz.

O BNDES empresta a uma taxa de juros muito menor do que ele está pagando de juros. O governo federal emite títulos da dívida dele, pega emprestado do país a uma taxa de juros digamos de dez [por cento] e empresta a uma taxa de juros digamos de cinco [por cento]. Aí tem uma diferença que é paga por você, por todos nós”, afirmou, citando como exemplos a usina de Belo Monte, a ferrovia Transnordestina e o projeto do Trem-Bala.

O tucano disse que não tem planos de promover privatizações, caso seja eleito, e criticou a forma como o assunto é tratado na campanha. “Pra mim, privatização não é um programa de governo. Privatização você faz ou não faz, segundo a conjuntura. Não tem nos meus planos nenhuma privatização na área federal. Isso é usado às vezes em campanha eleitoral como se fosse um belzebu e o governo Lula foi tão privatizante nesse aspecto como o do Fernando Henrique”, acrescentou.

Genéricos e mutirões Serra voltou a propor a criação de policlínicas de saúde no país. Segundo ele, as unidades poderiam atender 15 mil consultas por mês e realizar 40 mil exames. Também citou programas criados quando ministro da Saúde, como os medicamentos genéricos e os mutirões para a realização de cirurgias eletivas (que não são de emergência) e para a detecção de doenças como o câncer de colo de útero.

O tucano afirmou que o governo parou de “turbinar” iniciativas de sua gestão no ministério. “Parece que coisas que eram associadas a mim, como os genéricos e os mutirões, foram deixadas num segundo plano”, disse. Máquina pública Em outros momentos, Serra apontou “falta de capacidade executiva” do governo atual para tocar obras e criticou a situação dos aeroportos. O tucano defendeu o modelo de concessão nesses casos para a iniciativa privada, afirmando que a receita obtida pode ser destinada a investimentos em aeroportos menores.

Ele voltou a atacar o que tem chamado de loteamento da máquina pública. “Você faz um corpo dirigente que não tem nada a ver com o assunto”, disse, criticando partidos têm “curingas” para ocupar cargos em diferentes órgãos. Vice Serra foi questionado por um internauta se o deputado Indio da Costa (DEM-RJ) teria competência para governar o país caso o tucano seja eleito e tenha que se afastar do cargo por doença ou por um eventual pedido de impeachment.

 O candidato voltou a defender a escolha do vice. “É um homem preparado, corajoso, lúcido. Dos três candidatos a vice, seria o melhor para eventualmente ocupar a Presidência”, afirmou. Em seguida, brincou afirmando que, fora um problema de estômago, tem a saúde perfeita. “Não vai me acontecer nada”, respondeu. Agenda Antes da sabatina, Serra participou de um encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), onde recebeu um estudo sobre o desenvolvimento do estado e respondeu a algumas perguntas de empresários.

 Em seguida, visitou o mercado público de Florianópolis ao lado do senador Raimundo Colombo (DEM), candidato ao governo do estado, e do ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB). No mercado, a Guarda Municipal deteve um homem suspeito de atirar ovos em direção ao tucano. O chefe de operações da guarda, Carlos Fernandes, disse que seguranças relataram ter visto o homem atirando ovos e pediram ajuda dos policiais para levá-lo à delegacia. O homem, que negou a acusação, acabou sendo liberado. Segundo Fernandes, não foi registrada queixa. O G1 não conseguiu falar com o assessor que estava com Serra no momento.

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