Quadrilha comprava armas no Paraguai

Os presos na Operação Patente, da Polícia Federal, vão responder por tráfico de drogas e armas, inclusive aqueles que já cumprem pena por outros crimes. Somente nesta quinta-feira (17), três pessoas foram presas suspeitas de integrar uma quadrilha de traficantes. Segundo a PF, parte das armas vinha de fora do país. De dentro do presídio […]

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Os presos na Operação Patente, da Polícia Federal, vão responder por tráfico de drogas e armas, inclusive aqueles que já cumprem pena por outros crimes.

Somente nesta quinta-feira (17), três pessoas foram presas suspeitas de integrar uma quadrilha de traficantes. Segundo a PF, parte das armas vinha de fora do país.

De dentro do presídio Ary Franco, em Água Santa, no subúrbio do Rio, e do complexo de segurança máxima de Bangu, na Zona Oeste, criminosos comandavam o tráfico de drogas e armas do Paraguai para o Brasil. Outras cinco pessoas foram presas na quarta (16) e mais cinco já estavam presas. Três pessoas ainda estão foragidas.

A investigação mostrou que a quadrilha comprava as armas em Coronel Sapucaia (MS) e em Capitan Bado, no Paraguai. Os carregamentos eram levados de carro ou caminhão para o Rio, principalmente para favelas da Baixada Fluminense. O objetivo, segundo os agentes, era fortalecer quadrilhas da Baixada para que elas invadissem favelas de cidades da Região Serrana.

Os criminosos do Rio atuavam em conjunto com integrantes de uma facção criminosa de São Paulo, que seriam responsáveis pela compra e transporte das armas. Em abril, a polícia apreendeu drogas e armas na Via Dutra.

Segundo a polícia, a droga iria para favelas de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e o armamento seria usado numa invasão a um morro de Petrópolis.

Segundo a PF, ao todo foram expedidos 16 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão. A informação anterior, no entanto, dizia que eram 15 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão, e que seis pessoas haviam sido presas nesta quinta, mas a Polícia Federal corrigiu os dados durante uma coletiva na sede da unidade, na Zona Portuária.

Os cinco presidiários apontados como integrantes do esquema receberam voz de prisão na carceragem e agora vão responder por mais um delito, desta vez, por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

De acordo com o delegado Anderson Bichara, responsável pela investigação, os presos se comunicavam com os comparsas e advogados por telefones celulares e por intermédio de amigos e parentes durante as visitas mensais. As celas se transformaram nos escritórios do grupo, que era liderado por uma facção criminosa do Rio e outra de São Paulo.

A PF informou que os criminosos de São Paulo eram responsáveis pela coordenação e logística do transporte de armas. Os agentes investigam ainda se o traficante Fernandinho Beira-Mar, que está no presídio de segurança máxima de Catanduvas, era um dos compradores da quadrilha.

A Secretaria de Administração Penitenciária informou que os policiais federais tiveram acesso aos presídios e não encontraram nenhum celular ou qualquer outro material ilícito. Todos os acusados se declararam inocentes.

Advogada está entre os presos

Na quarta-feira (16), cinco suspeitos de participar do grupo, incluindo uma advogada, foram presos durante um almoço em um restaurante de luxo em Copacabana, na Zona Sul do Rio. De acordo com a polícia, o chefe do grupo seria um homem que foi solto da cadeia há 10 dias. Os agentes da PF surpreenderam um dos acusados no Aeroporto Internacional do Rio, na Ilha do Governador. Segundo a polícia, ele pertence a um grupo criminoso de São Paulo.

Destino das armas

O destino dos fuzis, pistolas e submetralhadoras eram as favelas da Baixada Fluminense. Ainda de acordo com a polícia, um dos objetivos do grupo era usar o armamento para a invasão e domínio de territórios de favelas em Petrópolis, na Região Serrana. Com a chegada das UPPs nas comunidades cariocas, os criminosos estavam procurando expandir o tráfico para outras regiões do estado.

O delegado Anderson Bichara afirmou que durante a tentativa de invasão, ocorrida há dois meses em Petrópolis, foram apreendidos 13 pistolas, uma submetralhadora, carregadores e munições, além de 140 quilos de maconha e 300 sacolés de cocaína. Durante a ação, um menor foi detido e oito homens suspeitos de tráfico foram presos.

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