Procurador Geral da República: MPF entrará “com rigor” na apuração do suposto mensalão em MS
Durante participação em evento na capital, o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel disse a reportagem que nos próximos dias o MPF deve anunciar as medidas que serão tomadas no caso do suposto mensalão citado em um vídeo pelo deputado estadual Ary Rigo. “Vamos anunciar as medidas daqui a 15 dias, mas haverá sim a participação […]
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Durante participação em evento na capital, o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel disse a reportagem que nos próximos dias o MPF deve anunciar as medidas que serão tomadas no caso do suposto mensalão citado em um vídeo pelo deputado estadual Ary Rigo.
“Vamos anunciar as medidas daqui a 15 dias, mas haverá sim a participação do Ministério Público Federal, porque algumas autoridades supostamente envolvidas no caso possuem a prerrogativa de foro privilegiado”, afirmou ele, que admitiu que as denúncias são graves e as investigações devem ser levadas a fundo, por envolver pessoas que estão no poder.
Gurgel não pode detalhar a forma efetiva da atuação federal, mas que haverá investigação das denúncias envolvendo os três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. E com o MPF atuando, as denúncias também serão investigadas pela Polícia Federal.
As denúncias de que há um suposto esquema de corrupção envolvendo os três poderes no Parque dos Poderes surgiu a partir de um vídeo onde uma conversa gravada pelo jornalista Eleandro Passaia mostra Rigo falando sobre o “esquema”.
O vídeo foi gravado com autorização da Polícia Federal, quando o jornalista que trabalhava na Prefeitura Municipal de Dourados, e denunciou os esquemas de corrupção existentes lá.
Pelo dito do parlamentar, dinheiro do cofre do Legislativo ia para o bolso do governador reeleito André Puccinelli, do PMDB, desembargadores do Tribunal de Justiça, Ministério Público Estadual e ainda para as contas dos deputados estaduais.
Puccinelli, segundo Rigo, receberia R$ 2 milhões mensais; o Poder Judiciário, R$ 900 mil, também por mês, R$ 300 mil iam para o MPE e, todo o mês, R$ 120 mil para os deputados estaduais.
MPE
Sobre o MPE, ele declarou saber coisas superficiais. “O que eu sei é superficial sobre a apuração do MPE no caso, mas podemos falar pelo MPF, que vamos atuar no caso”, disse sobre Gurgel sobre Ministério Público Estadual, também envolvido nas denúncias.
O Procurador-Geral participou do XI Encontro Nacional da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão (CCR) do Ministério Público Federal (MPF), que coordena institucionalmente as atividades do MPF que sejam relacionadas a direitos indígenas e minorias.
Ciranda financeira
A ciranda financeira revelada na gravação teria um propósito, segundo o tucano: troca de favores, entre as quais a compra de sentença.
Rigo disse isso a um jornalista que, com equipamento do Polícia Federal, gravou o diálogo sem que o parlamentar soubesse.
Uma semana depois da declaração do deputado ser exibida no youtube, maior rede de compartilhamento de vídeos pela internet, Rigo desdisse a conversa gravada. Ele foi interpelado judicialmente por 12 dos 30 desembargadores e pelo ex-chefe do MPE, Miguel Vieira. Rigo, que cumpre o sexto mandato de deputado estadual, perdeu a eleição.
De qualquer modo, o diálogo de Rigo provocou uma crise política e a criação de um Fórum pela Ética comandado pelo OAB/MS, sindicatos e entidades sociais. A OAB inclusive foi uma das entidades que cobrou do MPF a investigação efetiva das denúncias em âmbito federal.
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