Pressão dos servidores da educação surte efeito e deputados não aprovam reajuste
AL aprova pacote de reajuste, mas deixa de fora projeto dos manifestantes e auditores da Fazenda e administrativos da saúde
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AL aprova pacote de reajuste, mas deixa de fora projeto dos manifestantes e auditores da Fazenda e administrativos da saúde
Com a casa tomada por manifestantes, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul reuniu quase todos os deputados foram aprovados em primeira votação 13 projetos sobre o reajuste salarial dos servidores. Porém, ficaram de fora os projetos sobre o aumento salarial dos auditores da Fazenda, dos administrativos da saúde e da educação.
O protesto hoje foi dos servidores da educação.
Surtiu efeito a pressão dos servidores sobre os parlamentares, pois os trabalhadores não aceitam o projeto do Executivo que ofereceu 7% de reajuste quando a categoria pede 20%.
Ficou para amanhã a segunda votação das propostas do governo aprovadas hoje. O Legislativo endossou o reajuste de 6% para a Polícia Civil e 5% aos policiais militares. As entidades que representam as duas categorias já se mostraram insatisfeitas com o índice.
O governador André Puccinelli (PMDB) disse que buscou o diálogo com todos os servidores. Mas hoje, a Federação dos Trabalhadores em Educação levou centenas de servidores para o Plenário. O protesto mobilizou os servidores da segurança, colocados nas saídas da cidade para barrar os ônibus com manifestantes do interior de Mato Grosso do Sul.
O líder do governo Youssif Domingos (PMDB) tentará uma reunião hoje à tarde com o governador em busca de melhorarar o reajuste oferecido aos trabalhadores em educação. Pela manhã, Youssif já havia feito a tentativa falando, por telefone, com técnicos do governo do Estado, mas sem sucesso.
Os administrativos em educação não concordam com o reajuste de apenas 7% oferecido pelo governo. Eles querem também a mudança no Pró-funcionário — incentivo concedido a servidores que estão se aprimorando com cursos de formação. Hoje, o governo quer manter o índice de 5% sobre o salário base. Os trabalhadores querem 10%.
O governo alega que o índice reivindicado para o Pró-Funcionário é inviável. Mas, a oposição alega que a alteração representaria apenas R$ 72 mil a mais na folha de pagamento dos servidores. “Isso numa folha de R$ 140 milhões é muito pouco”, argumenta o petista Pedro Kemp.
Compareceram à sessão de hoje 23 dos 24 deputados estaduais, apenas Celina Jallad (PMDB) em razão de tratamento de saúde.
O protesto
Por reajuste salarial, trabalhadores administrativos em educação lotaram a Assembleia nesta manhã. Ônibus com manifestantes do interior do Estado foram barrados nas saídas para São Paulo, Sidrolândia e Três Lagoas, segundo informações do presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul, Jaime Teixeira, que encabeçou a manifestação.
Os servidores da educação fizeram uma caminhada pela Avenida Mato Grosso até chegar ao Parque dos Poderes.
Na Casa de Leis, o protesto ganhou tom de ironia e humor. Com faixas e cartazes os professores ameaçam retalhar os parlamentares – a maioria candidato à reeleição – com afirmações como: “Big Brother da Assembleia Legislativa: em outubro tem paredão”.
Operação abafa
Desde ontem a informação de bastidores é que a Polícia Militar ‘fecharia’ o Parque dos Poderes para conter os manifestantes. É tradicional em época eleitoral os servidores reivindicarem melhores condições de trabalho e reajuste, pois para as categorias, a única pressão que surte efeito na classe política são protestos em anos de campanha.
Conforme o presidente da Fetems, a motivo encontrado pelos policiais militares para ‘segurarem’ os ônibus e conterem a entrada de manifestantes do interior têm sido a falta de extintor, cinto de segurança e até nota fiscal.
(Matéria editada às 12h29 e 12h50 para acréscimo de informações e correções)
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