Picasso raramente visto pode atingir US$80 milhões em leilão

Uma das coleções artísticas mais valiosas já levadas a leilão, tendo como carro-chefe um Picasso de 80 milhões de dólares, será vendida em maio, num sinal de que o mercado da arte pode em breve voltar a flertar com os níveis recordes vistos antes da crise financeira de 2008. A estimativa conservadora da casa Christie’s […]

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Uma das coleções artísticas mais valiosas já levadas a leilão, tendo como carro-chefe um Picasso de 80 milhões de dólares, será vendida em maio, num sinal de que o mercado da arte pode em breve voltar a flertar com os níveis recordes vistos antes da crise financeira de 2008.

A estimativa conservadora da casa Christie’s para as 50 obras do espólio de Sidney Brody, filantropa de Los Angeles morta em novembro, é de mais de 150 milhões de dólares.

A Christie’s também é responsável atualmente por outra coleção de prestígio, com mais de 100 obras, deixada pelo falecido romancista Michael Crichton.

A coleção de Brody é voltada para a arte moderna e foi construída principalmente na década dos anos 1950. A peça mais importante é a tela “Nu, Folhas Verdes e Busto”, um grande retrato que Pablo Picasso fez em 1932 de sua amante Marie-Therese Walter. O casal Brody adquiriu a tela diretamente do agente do pintor espanhol, em 1951, por 19,8 mil dólares. A obra não é vista em público há quase 50 anos.

A casa de leilões prevê que essa tela arrecade de 70 milhões a 90 milhões de dólares, o que a colocaria entre as mais caras do mestre do cubismo. Em 2004, sua obra “Menino com Cachimbo” foi vendida por 104,1 milhões de dólares; em 2006, “Dora Maar com Gato” saiu por um pouco mais de 95 milhões de dólares.

O mercado da arte ficou animado com a venda, em fevereiro, de uma escultura em bronze de Giacometti, “Homem Andando, Eu”, por 104,3 milhões de dólares, o que gerou a expectativa de que obras de grande valor e raramente disponíveis possam novamente atingir preços estratosféricos.

A coleção de Brody inclui também uma peça de Giacometti, “Grande Tête de Diego”, estimada em de 25 milhões a 35 milhões de dólares, e um nu de Matisse que pode chegar a 30 milhões de dólares.

Na coleção de Crichton, o principal item é uma obra da famosa série “Flag”, de Jasper Johns, criada entre 1960 e 66. O autor de “Parque dos Dinossauros” e criador da série “ER” adquiriu essa tela do próprio artista em 1973 e a manteve no seu quarto até morrer, em 2008.

Crichton não se considerava um colecionador sério, e certa vez escreveu: “Só comprei imagens que eu gostava de olhar”.

Mas Brett Gorvy, vice-presidente da Christie’s para as Américas, disse que o escritor era um “colecionador muitíssimo versado” no assunto, ainda que discreto.

Gorvy acrescentou que Crichton e Johns eram muito amigos. A casa estima que a peça chegue a de 10 milhões a 15 milhões de dólares, ainda refletindo a reacomodação do mercado –obras de Johns já foram vendidas por cerca de 110 milhões de dólares no mercado particular.

A coleção de Crichton, que também inclui obras de Picasso, Andy Warhol e Roy Liechtenstein, deve chegar a pelo menos 50 milhões a 75 milhões de dólares.

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