Mãe de Eliza Samúdio assiste à audiência em MG

Três réus do processo que investiga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio estão no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, onde serão interrogados pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, nesta terça-feira (9). A sessão foi aberta com o depoimento do motorista do goleiro Bruno Fernandes, Flávio Caetano. A previsão é que Wemerson Marques e […]

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Três réus do processo que investiga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio estão no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, onde serão interrogados pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, nesta terça-feira (9).

A sessão foi aberta com o depoimento do motorista do goleiro Bruno Fernandes, Flávio Caetano. A previsão é que Wemerson Marques e o primo do jogador Sérgio Rosa Sales sejam ouvidos na sequência.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a juíza interroga um réu por vez enquanto os outros acusados aguardam em uma sala separada. Nesta segunda-feira (8) prestaram depoimento, a mulher do goleiro, Dayanne Souza, e Elenilson Vitor da Silva.

A mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, assiste à audiência. Na chegada ao fórum, ela disse que espera que os réus digam onde está o corpo de sua filha.

Depoimento de Elenílson

A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues terminou às 19h50 desta segunda-feira (8), no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a oitiva do caseiro Elenilson Vitor da Silva, que é um dos réus do caso sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. A audiência começou às 10h e terminou às 19h50. Além de Silva, a ex-mulher do goleiro Bruno, Dayanne Souza, também foi ouvida.

A leitura do inquérito pela magistrada iniciou-se às 16h. Na sequência, Marixa interrogou Silva, depois foi a vez do promotor de Justiça Gustavo Fantini e, em seguida, os advogados de defesa. Silva disse à Justiça que no primeiro depoimento dado à Polícia Civil, em Contagem, foi agredido com tapas no pescoço por um dos policiais civis.

Ele disse, também, que, quando foi filmado pela imprensa com um saco de plástico preto, dentro sítio, estava transportando objetos particulares porque estava indo para a casa da mãe dele. A mudança seria porque ele estava sendo assediado de forma ininterrupta pela imprensa.

Silva contou que não viu a mala de Eliza ser queimada dentro do sítio. Segundo ele, fraldas usadas teriam sido queimadas. Ainda de acordo com ele, a informação sobre a mala ele teria ficado sabendo por meio da imprensa.

O caseiro falou à Justiça que conhece o goleiro Bruno há sete anos e, desde que tinha cerca de oito anos de idade, convive com Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Silva informou que Eliza circulava normalmente pelas dependências do sítio, e que não houve nenhuma restrição à moça.

Ele contou também que em momento nenhum houve uma reunião entre os réus para sequestrar e matar Eliza.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais informou que não vai comentar acerca das possíveis agressões que Silva teria sofrido em seu primeiro depoimento.

Nesta terça-feira (9), a juíza Marixa reinicia, às 8h30, os depoimentos em Contagem. Flávio Caetano; Wemerson Marques e Sérgio Rosa Sales devem falar à Justiça.

Depoimento de Dayanne

Mais cedo, a ex-mulher do goleiro Bruno, Dayanne Souza, disse à Justiça que Elenilson Silva, na ausência de Macarrão, tomava frente das atividades do sitio, como fazer pagamentos e compras, por exemplo.

Dayanne falou que Silva morava em um quarto na casa-sede da propriedade. Ela disse também que Silva e Wemerson Marques, no dia 10 de junho, ficaram o dia todo na rua cuidando dos preparativos do time 100% que iria para o Rio de Janeiro jogar. Que no dia 9 de junho, à noite, Bruno teria ido à casa da avó, dona Estela, com o bebê de Eliza. Dayanne afirmou que Eliza não foi proibida de andar pelo sítio, que ela poderia se movimentar pelas dependências do local e que não presenciou nenhuma hostilidade dos presentes contra Eliza.

Dayanne, por orientação do seu advogado, Francisco Simim, não respondeu as perguntas de Ércio Quaresma. A ex-mulher de Bruno disse em juízo que ela, Fernanda Gomes de Castro e familiares estavam pagando por aquilo que não tinham feito.

Entenda o caso

O goleiro Bruno é réu no processo que investiga a morte de Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno, foi presa em Minas Gerais.

O goleiro; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro respondem na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos é o único que responderá por dois crimes. Ele foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.

A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento. Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

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