Fórum Social volta a Porto Alegre e prioriza clima
A partir de hoje, com data de encerramento prevista para o próximo dia 29, Porto Alegre sedia mais uma vez o Fórum Social Mundial e deve receber cerca de 30 mil pessoas. A programação inclui mais 27 atividades pelo mundo para celebrar o décimo aniversário do evento. – O grupo de organizações que esteve no […]
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A partir de hoje, com data de encerramento prevista para o próximo dia 29, Porto Alegre sedia mais uma vez o Fórum Social Mundial e deve receber cerca de 30 mil pessoas. A programação inclui mais 27 atividades pelo mundo para celebrar o décimo aniversário do evento.
– O grupo de organizações que esteve no começo do processo decidiu voltar a Porto Alegre. Além do sentido de comemoração, a ideia é fazer um balanço e organizar os planos – afirmou um dos idealizadores do FSM, Oded Grajew.
Intelectuais e criadores do fórum vão fazer o balanço de uma década e avaliar os rumos da proposta altermundista em um seminário internacional, com temas que vão da sustentabilidade ambiental ao novo ordenamento político mundial e a conjuntura econômica pós-crise.
Estudantes, movimentos sociais, organizações não governamentais e representantes das esquerdas dos cinco continentes são esperados em Porto Alegre e nos municípios vizinhos de Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapiranga e Gravataí.
Apesar do caráter não governamental e não partidário” do evento, definido em sua Carta de Princípios, a reunião também deve atrair políticos: na terça-feira (26), por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ser o anfitrião da comemoração dos 10 anos do FSM no ginásio Gigantinho, com os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Bolívia, Evo Morales, do Paraguai, Fernando Lugo e o recém-eleito José Mujica, do Uruguai.
Entre os nomes confirmados para o megaevento, estão também o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, o norte-americano Immanuel Wallerstein, o geógrafo britânico David Harvey e o economista egípcio Samir Amin.
– Mais do que nunca um outro mundo é possível. Há dez anos o modelo neoliberal estava no auge, o Meném (Carlos Menén, ex-presidente da Argentina) era recebido como modelo a ser seguido. Hoje o quadro político mudou, principalmente na América Latina. Vários frequentadores do fórum estão hoje nos governos – disse Grajew.
Em 10 anos, na avaliação de Grajew, o fórum conseguiu emplacar ideias que se transformaram em políticas públicas e chegou a apresentar as fórmulas para que países saíssem da crise financeira internacional.
– Vários países que se salvaram da crise seguiram propostas e recomendações do fórum, como o controle do sistemas financeiro e o fortalecimento da economia no mercado interno – lembra.
O legado do maior encontro de movimentos sociais do planeta também inclui a criação de “uma sociedade civil global”, que fez o FSM “se espalhar pelo mundo”, segundo Grajew, e garante a atuação da sociedade civil em espaços de decisão como as reuniões do G-8 e a Conferência da Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
– O outro mundo possível se torna cada vez mais urgente. Temos que ter outro modelo de produção, de consumo e outra relação com a natureza – afirma Grajew
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