Finados: dia para reflexão, lembranças e homenagens em Corumbá

“O Dia de Finados é uma data em que as pessoas dedicam a relembrar os entes queridos que já partiram. Este dia também acaba por despertar, nos seres humanos, a valorização ao próximo, a amá-lo e respeitá-lo”, definiu o padre João Marques da paróquia de Nossa Senhora de Fátima, que celebrou missa pela manhã no […]

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“O Dia de Finados é uma data em que as pessoas dedicam a relembrar os entes queridos que já partiram. Este dia também acaba por despertar, nos seres humanos, a valorização ao próximo, a amá-lo e respeitá-lo”, definiu o padre João Marques da paróquia de Nossa Senhora de Fátima, que celebrou missa pela manhã no cemitério Santa Cruz nesta terça-feira, 02 de novembro.

Desde o século 1º, os cristãos rezam pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio. No século XI, os papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) recomendaram à comunidade dedicar um dia por ano aos mortos e desde o século XIII, a data é celebrada no dia 02 de novembro. No dia 1º, é a festa de “Todos os Santos”. O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. O Dia de Todos os Mortos celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração.

“O Dia de Finados abrange a todos os mortos. Neste dia é comum as famílias virem aos cemitérios, prestarem suas homenagens e orações, é uma forma de encontrarem consolo pela perda que sofreram. Neste dia, a Igreja Católica acolhe aqueles que morreram no anonimato, acolhe a todos, a fim de celebrar os que já se foram”, explicou o padre João.

Homenagens

“Amor de mãe e de pai é pra sempre, esse ninguém rouba nem apaga”, disse Adriana do Nascimento, 37 anos, ao tentar explicar o motivo que a faz, todos os anos, viajar de Campo Grande para Corumbá no Dia de Finados.

“Moro em Campo Grande há vários anos e meus pais estão enterrados aqui em Corumbá. Tenho mais nove irmãos e todos eles moram em outras cidades também. Todos os anos viajamos para prestar homenagem aos nossos pais. Minha mãe faleceu há 10 anos e meu pai há 04 anos. É uma dor imensa, que o tempo não apaga, assim como o amor deles por mim e o que eu tenho por eles jamais morrerá. Meus irmãos e eu ficamos uma boa parte do dia aqui, com eles. Acendemos velas, trazemos flores, rezamos e lembramos tudo o que foi feito por nós e oramos para que estejam em paz”, concluiu Adriana.

Por todo o cemitério Santa Cruz, as homenagens eram vistas. As pessoas chegavam sozinhas, acompanhadas ou com toda a família, trazendo velas, flores e água. Segundo a tradição cristã, as velas significam que as pessoas oferecem luz para aqueles que já partiram, relembrando a luz da fé recebida no batismo. As flores simbolizam a gratidão, respeito e saudade. A água representa a pureza, a paz de espírito e a unção batismal.

A família de Vandelci Silva Cintra, 38 anos, visita os túmulos de parentes nessa data especial e leva como homenagens os tradicionais símbolos cristãos. “Todos os anos, meus pais, meus irmãos e eu fazemos questão de virmos todos juntos ao cemitério a fim de homenagear com velas, flores e água os nossos parentes que falecidos. Visitamos túmulos de amigos também, é um dia de dedicação aos que já fizeram parte de nossas vidas aqui na Terra e se encontram presentes em nossa memória. Repetimos essa mesma dedicação de ofertas e orações em outras datas, como aniversários, Natal, fim de ano e Páscoa”, explicou.

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