Um evento escolar acabou em denúncia à Justiça Eleitoral na noite de ontem (16) quando pais de alunos da Sociedade Educacional Juliano Varela perceberam que se tratava de uma reunião política. O convite era para uma apresentação de banda com crianças da escola.

Um evento escolar acabou em denúncia à Justiça Eleitoral na noite de ontem (16) quando pais de alunos da Sociedade Educacional Juliano Varela perceberam que se tratava de uma reunião política. Os responsáveis pelos alunos foram convidados para assistir à apresentação de uma banda formada pelos estudantes especiais nesta segunda-feira (16) no Clube Mégaron, em Campo Grande.

No local, os pais estranharam a decoração do clube, coberto por cartazes de candidatos da coligação “Amor, Trabalho e Fé”. Na entrada, cabos eleitorais ofereciam bottons para serem afixados nas camisas e adesivos. O candidato à reeleição André Puccinelli e o candidato ao senado Murilo Zauith discursavam quando os fiscais do TRE-MS chegaram ao evento, chamados pelas denúncias de alguns pais.

“Quando recebi o convite na agendinha de meu filho, fui convidada para ver a banda deles se apresentar e ver novidades sobre a construção de uma sede. Ninguém me falou que era uma reunião para campanha política”, reclamou Kely Cristina da Costa, mãe de um aluno.

Aos analistas do TRE, a presidente da Sociedade Educacional, Maria Lúcia Nogueira Fernandes, admitiu que a intenção do evento desde o começo era uma reunião com candidatos. “Nós convidamos os pais para agradecerem a alguns políticos que nos ajudaram muito com uma emenda que viabilizou os recursos para nossa construção”, explicou.

Segundo ela, embora o bilhete anexado nas agendas e cadernos dos estudantes não faça menção, os pais teriam ficado “sabendo informalmente” que o governador e outros candidatos estariam presentes. “Nós preparamos alguns slides com fotos de nossas obras, e organizamos uma reunião política, mas não vejo nada de errado nisso”, avaliou.

O candidato ao governo André Puccinelli, (PMDB), com três bottons de propaganda eleitoral no peito, e cercado por banners, cartazes e faixas de candidatos da coligação dele, discursou falando que não pretendia fazer campanha política na ocasião.

Questionada pelo analista judiciário do TRE sobre as fontes de recursos da Sociedade Educacional, Maria Lúcia admitiu que a maior parte das verbas da entidade vem dos cofres públicos por intermédio de convênios, inclusive com o governo do estado.

No convite apresentado pela mãe de um dos alunos especiais, não há menção à presença de candidatos no evento. “(…) haverá uma apresentação da Banda no Clube Mégaron, às 19:00 horas. Logo após o término da aula haverá lanche para os que ficarem e teremos um ônibus saindo da escola às 18:30 em direção ao Clube. Contamos com a presença de todos”, diz o texto (Imagem abaixo).

Segundo a presidente da entidade, o ônibus citado foi cedido por um amigo da escola.

“Eles até podiam ter organizado uma reunião para o candidato que quiserem, mas não podiam ter usado o nome da escola e disfarçado desse jeito. Vim aqui ver meu filho se apresentar, não políticos fazendo discurso”, disse Cristina da Costa.