Em show, Sérgio Reis fala sobre preservação do Pantanal
Em quase duas horas de show, o cantor Sérgio Reis fez uma apresentação que deixou satisfeitos os amantes da boa música sertaneja. No palco montado na praça Generoso Ponce, o artista com mais de 50 anos de carreira, cantou clássicos do repertório de raiz e não se esquivou quando pedidos vinham da platéia. O show começou com “Saudade da Minha Terra” e, na sequência, veio uma cançã…
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Em quase duas horas de show, o cantor Sérgio Reis fez uma apresentação que deixou satisfeitos os amantes da boa música sertaneja. No palco montado na praça Generoso Ponce, o artista com mais de 50 anos de carreira, cantou clássicos do repertório de raiz e não se esquivou quando pedidos vinham da platéia. O show começou com “Saudade da Minha Terra” e, na sequência, veio uma canção bem regional: “Comitiva Esperança”. Um momento de grande emoção foi a execução da música “Filho Adotivo”, que teve participação dos dois filhos do cantor (Paulo e Marco Sérgio) que os acompanha nas apresentações
Em quase duas horas de show, o cantor Sérgio Reis fez uma apresentação que deixou satisfeitos os amantes da boa música sertaneja. No palco montado na praça Generoso Ponce, o artista com mais de 50 anos de carreira, cantou clássicos do repertório de raiz e não se esquivou quando pedidos vinham da platéia. O show começou com “Saudade da Minha Terra” e, na sequência, veio uma canção bem regional: “Comitiva Esperança”. Um momento de grande emoção foi a execução da música “Filho Adotivo”, que teve participação dos dois filhos do cantor (Paulo e Marco Sérgio) que os acompanha nas apresentações.
Não faltou “Coração de Papel”, música da época em que o cantor se dedicava ao movimento da Jovem Guarda. No sucesso “Menino da Porteira”, Sérgio mostrou que tem bons pulmões e num único fôlego tocou o berrante por 45 segundos consecutivos. Ele lembrou da relação do sanfoneiro Mário Zan com a cidade de Corumbá, local onde escreveu a canção Chalana que, segundo Reis, é um das músicas que já escreveram seu nome na história.
O show foi encerrado com a devoção de “Romaria” e a descontração de “Panela Velha” e “Pinga ni Mim”.
Bate-papo
Antes do início do show realizado na noite desta quarta-feira, 10 de novembro, Sérgio Reis recebeu a imprensa para uma entrevista coletiva que graças à descontração do artista teve um clima de um bate-papo.
Declaradamente apaixonado pelo ecossistema do Pantanal, Sérgio destacou sua vivência com a região. “Eu que tive hotel há 18 anos, no Pantanal Norte, no São Lourenço, procurei sempre preservar, não teve matança de animais, não teve nada, então eu acho que essa é uma cultura que a gente tem que mostrar pro povo de fora porque o ribeirinho não estraga o Pantanal, quem estraga é o de fora. O Pantanal pra mim representa tudo, minha vida, porque eu vivi 18 anos da minha vida aqui dentro. Não tinha lucro não, era pra curtir e trazer os amigos e levar as pessoas”, relatou.
Atento à postura conservacionista, ele teceu críticas sobre a prática da pesca nos rios pantaneiros. “Vê que calma estamos agora, na Piracema, quando não pode pescar? Começa a pescaria e pronto: aí vem caminhonete, aí vem caminhão, vem um mundo de isopor pra levar 600 toneladas de peixe pra dar pra gerente de banco, isso tem que acabar”, criticou.
Ele também relembrou os momentos de ator quando gravou cenas para a novela Pantanal, na década de 90. “Tinha dias que os piloteiros estavam todos de um lado para o outro, filmando e não tinha quem pescava porque estávamos em 60 pessoas na fazenda Rio Negro. Aí, quem folgava ia pescar para suprir nosso alimento do hotel, então tinha eu, o Almir Sater, o Marcos Palmeira, o saudoso Rômulo Arantes. Quando estava eu filmando, ia eles pescando porque todo dia a turma queria uma costelinha de pacú e todos aprenderam essa coisa gostosa que é viver no Pantanal”, disse.
Sobre seu mais recente trabalho em parceira com Renato Teixeira, o CD e DVD “Amizade Sincera”, declarou: “O Renato é um amigão, por isso o CD chama-se “Amizade Sincera”. O Renato tem uma postura de poeta. Ele fala assim: ‘Ôh, grandão vem pra cá com a Ângela, que é minha esposa, pra gente conversar fiado’. Então, a gente vai pra lá e conversa e falamos que nós precisamos cantar aquilo que a gente gosta, não podemos mudar, temos uma responsabilidade muito grande. Nós já mostramos o que somos, agora temos que manter isso e trazer outros para nosso lado, então fazer com que os violeiros jovens comecem a vir atrás dessa cultura também”, disse.
E por falar em jovens talentos, ele aproveitou e falou sobre a manutenção de uma carreira estável como a dele. “É importante quando um artista faz um sucesso tem que tomar muito cuidado. Por exemplo, Luan Santana, esse menino é um fenômeno, talentoso, ele canta bem, não engana, veio para cantar e canta. Ele tem que tomar cuidado com quem está em volta dele. Eu não conheço artista que conseguiu seguir carreira quando a família entra pra tomar conta. Esse é o primeiro conselho que dou. Não sei nem quem cuida dele, mas quando acontece isso eu sei que já dá problema. São pessoas que não são do meio, acabam dando palpites errados e atrapalhando. Tem que ter alguém da família na retaguarda cuidando do dinheiro, aí sim, agora a postura artística, ele tem que tomar cuidado”, aconselhou.
O show de Sérgio Reis em Corumbá foi parte integrante do 5º Simpan (Simpósio sobre Recursos Naturais e Socioeconômicos do Pantanal) promovido pela Embrapa Pantanal em parceira com o ICS do Brasil (Instituto de Comunicação Social) e a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
“Estou muito orgulhoso por ter sido escolhido para fazer esse show de abertura. Sempre a gente fala do Pantanal. Eu, o Almir Sater e o Renato Teixeira somos vizinhos, moramos perto do outro, no meio do mato, não moramos na Capital, moramos no meio do morro, no meio dos tucanos, dos macacos, dos bugius, então nós sabemos o que é natureza. Esse evento é muito importante, esse projeto é maravilhoso tem que ter alguém que pense nas coisas nossas, nesse Brasil, nas coisas que nós temos”, frisou o artista.
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