EGEA diz que Ulbra deu calote, por isso fechou faculdade em Campo Grande
Enquanto isso, ao menos 2,5 mil alunos que estudam curso à distância na Capital ficam sem saber o que fazer
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Enquanto isso, ao menos 2,5 mil alunos que estudam curso à distância na Capital ficam sem saber o que fazer
Um comunicado divulgado no site da EGE (Escola Global de Educação Avançada) que, em parceria com a Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), ministra cursos superiores à distância em Campo Grande, informa que o estabelecimento foi fechado ontem por questões financeiras.
Ao menos 2.570 graduandos e 28 pós-graduandos estudam na escola. Ontem à noite os alunos foram surpreendidos por um recado pregado no portão da EGE, na rua 15 de novembro, centro da cidade, informando que o local ficaria fechado “por tempo indeterminado”.
Até agora, a empresa, segundo os acadêmicos, não conversaram com eles. A reportagem tentou contato com a direção da escola, mas ao menos nesta manhã, ninguém atendia ao telefone.
No comunicado da EGE, aparece cópia de um processo judicial movido pela EGE contra a Celsp (Comunidade Evangélica Luterana São Paulo), a mantenedora da Ulbra, cuja sede fica em Canoas, no Rio Grande do Sul.
Pelo escrito no processo, a EGE, empresa de São Paulo, firmou um convênio com a Ulbra em 2007 e, desde então, cláusulas do contrato não estaria sendo cumprida pela universidade. A EGE mantém unidades educacionais aqui em Mato Grosso do Sul e em Belo Horizonte, Minas, onde 18 mil estudam no curso à distância ministrado por meio da parceria.
O processo narra que há um desentendimento financeiro entre a EGEA e Ulbra e que o dinheiro arrecado com as mensalidades dos alunos estariam parados no banco. “Vale aqui ressaltar que a referida conta compartilhada está bloqueada, sem justo motivo, desde janeiro p.p., causando danos irreparáveis à autora [EGEA], que tem mantido rigorosamente os compromissos assumidos”.
Ao que parece os compromissos financeiros da Ulbra teriam recaído nas contas da EGEA.
Noutro trecho do processo, é citado um valor não repassado a EGEA pela Ulbra: “Em 10 de dezembro de 2009, as partes ainda firmaram Termo de Cessão de Crédito dos valores dos alunos inadimplentes. São valores não pagos pelos alunos, que devido a distância da Universidade fica sem operacionalidade para cobrança. Portanto, a ré com esse contrato de Cessão, coloca a disposição do Agente/autora, no sistema de cobrança do site, esses valores, como sendo uma composição do passivo, redução dos valores atribuídos à prestação dos serviços com os Agentes Educacionais, incluindo a autora. Por evidente, o pagamento deste passivo ainda está pendente, no valor equivalente a R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais). A implantação deste sistema nunca foi executada pela ré”.
A Ulbra, que já enfrenta outros problemas judiciais por conta das finanças, ainda não se manifestou quanto ao fechamento das unidades em Campo Grande e Belo Horizonte.
A Ulbra/Egea oferece aqui em Campo Grande os cursos de Administração, Ciências Sociais, Gestão em Beleza, Gestão em RH, Gestão Energética, Teologia, Gestão Financeira, Gestão Imobiliária, Letras, Pedagogia, Secretariado e Escolas e Serviço Social, além dos cursos de pós-graduação.
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