Demanda doméstica é principal causa da inflação, dizem analistas

Não há dúvidas de que o consumo interno tem causado a aceleração da inflação no Brasil, avaliaram analistas de importantes bancos e instituições financeiras em evento sobre mercados emergentes realizado em São Paulo nesta terça-feira, 13. Para eles, a rápida recuperação da economia no período pós-crise, possibilitada por fatores como o aumento das despesas públicas […]

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Não há dúvidas de que o consumo interno tem causado a aceleração da inflação no Brasil, avaliaram analistas de importantes bancos e instituições financeiras em evento sobre mercados emergentes realizado em São Paulo nesta terça-feira, 13. Para eles, a rápida recuperação da economia no período pós-crise, possibilitada por fatores como o aumento das despesas públicas e a relativa estabilidade da taxa de desemprego, possibilitaram uma retomada acelerada do consumo.

“A hipótese de que a economia iria se desacelerar naturalmente não ocorreu, o que indica que todos erramos ao não prever a necessidade de um aumento na taxa de juros já em janeiro”, admitiu Ilan Goldfajn, do Itaú BBA. Segundo os analistas, o Banco Central (BC) deve promover um ciclo de aperto monetário de cerca de 3 pontos porcentuais até o final deste ano a partir da reunião agendada pelo Copom para os dias 27 e 28 deste mês.

“O Copom deve começar esse aperto com 0,5 ponto porcentual na próxima reunião e acelerar esse processo nos próximos encontros”, aposta Luiz Fernando Figueiredo, da Mauá Investimentos. Para o ex-diretor do BC, a autoridade monetária poderá utilizar outras vias além do aumento da taxa básica de juros para conter o crescimento demasiado da economia, como um novo aumento do compulsório ou algum instrumento via crédito.

Para o ex-presidente do Banco Central, Affonso Pastore, a questão a ser perguntada neste momento é se o BC ficará atrás ou acima da curva de juros. “Se ceder à pressão política que vem sofrendo, ele ficará atrás da curva”, afirmou. Isso, apontou, permitiria um maior crescimento econômico no curto prazo, o que beneficiaria o governo.

O ex-presidente do BC considera que, para ocorrer de forma sustentada, o crescimento da economia não poderia ser maior do que 4,5% ao ano, valor que deve ser amplamente ultrapassado em 2010. “Se confirmamos o crescimento do PIB do 1º trimestre de 2% na margem, já teremos uma taxa anualizada.

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