Casa desmorona e Caixa Econômica Federal paga apenas 20% do valor de reforma, denuncia segurada
A área de lazer da casa da procuradora Carla Cardoso não existe mais. O espaço literalmente desabou em fevereiro deste ano, quando uma forte chuva atingiu a Capital. “Foi ai que começou todo o problema. Nesse dia, começou a desabar tudo. O espaço que era uma edícula caiu junto com o muro no terreno vizinho. […]
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A área de lazer da casa da procuradora Carla Cardoso não existe mais. O espaço literalmente desabou em fevereiro deste ano, quando uma forte chuva atingiu a Capital. “Foi ai que começou todo o problema. Nesse dia, começou a desabar tudo. O espaço que era uma edícula caiu junto com o muro no terreno vizinho. Fiquei apavorada, mas pensei que, com o seguro da casa, eu conseguiria refazer tudo”, explica a advogada.
Ela estava enganada. O desmoronamento provocado pelas chuvas atingiu mais três imóveis e ainda hoje é possível ver pedaços de concreto pendurados e entulhos no local. “É feita a limpeza, mas não adianta, quando menos se espera está sujo de novo. O terreno desaba pouco a pouco e o mau cheiro fica insuportável”.
Foi ai que realmente começou sua peregrinação em órgãos da justiça, orçamentos e perícias, pagas inclusive com recursos próprios. “A seguradora que me obrigou a fazer um seguro no ato do financiamento da casa, no momento em que precisei não atendeu ao pedido e se propôs a pagar apenas um valor irrisório de apenas 20% do valor da reforma”, explica.
Além de que metade do valor pago pela CEF foi utilizado só para retirar os escombros e entulhos que restaram do muro e dos móveis. Toda a parte dos fundos do imóvel atingiu uma casa vizinha, inutilizando também a área de lazer do local.
“Na casa do vizinho, o prejuízo foi grande pois eles perderam a piscina e ninguém aqui tem mais privacidade pois o muro não existe mais. Com isso eu e meus vizinhos perdemos o direito de ter uma vida normal”.
Carla conta que na época do acontecimento os bombeiros e a defesa civil estiveram no local e viram que o local estava condenado. Ela entrou então com o pedido na seguradora apresentando três orçamentos diferentes que não foram aceitos pela Caixa Econômica Federal.
“Eu tive que entrar na justiça, pois o terreno começou a desabar e na apólice está escrito que o valor segurado era o valor de compra da casa. Porém, eles não cumpriram e em maio eu solicitei urgência junto a Justiça, pois eu não consigo mais ter uma vida normal”.
Outra reclamação é que o pedido de urgência foi feito em maio. “Mas só no último dia 3 de setembro é que vieram fazer porque eu paguei”. De acordo com a advogada, após o pedido, foram feitas duas vistorias na casa. “A primeira foi feita somente com fotos e o perito não anotou nada. Então eu pedi a perícia judicial. A revolta é que eu tive que pagar o perito no valor de R$ 7.500 e R$ 1.400 para o assistente de perícia”.
Para a proprietária do imóvel, a questão é cada vez mais urgente. “A temporada das chuvas está próxima e cada dia que passa maior é o prejuízo. E eu não recebo nenhuma resposta da CEF. Eles dizem que vão atender, mas não dão resposta. Nunca houve atraso do pagamento de nenhuma das parcelas e isso é um desrespeito com o consumidor”, reclama.
Outro lado
A reportagem procurou a assessoria da Caixa Seguros, que informou que está analisando o caso, que está tramitando na justiça. “No último dia 03 de setembro, a empresa participou de nova vistoria na residência da cliente”.
Porém ainda não há resposta para o assunto. A segurada esclarece que não foi procurada pela seguradora até o momento.
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