“Até com cabo de vassoura estouram os cadeados”, denuncia funcionário da cadeia de Rio Verde

Neste domingo, mais oito presos fugiram da prisão que foi interdida pelo MPE (Ministério Público Estadual) e tem cadeados fracos, muro baixo (foto) e sistema de alarme

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Neste domingo, mais oito presos fugiram da prisão que foi interdida pelo MPE (Ministério Público Estadual) e tem cadeados fracos, muro baixo (foto) e sistema de alarme

“Até com cabo de vassoura estouram os cadeados daqui e conseguem fugir”. É com essa frase que um funcionário, que não quis se identificar, da cadeia construída no prédio da delegacia da Polícia Civil de Rio Verde, resume as condições da prisão que não consegue prestar segurança nenhuma.

Na madrugada de hoje, essa fragilidade foi mais uma vez demonstrada, já que cinco homens e três mulheres com uma barra de ferro estouraram os cadeados das suas celas e conseguiram fugir. Segundo o boletim de ocorrência, o oficial que comunicou o caso à polícia estava no interior da delegacia quando recebeu um telefonema de que alguém havia denunciado a fuga dos presos. Ele então foi até a cadeia quando constatou o arrombamento da porta principal, portão do corredor e também da cela feminina.

Fugiram da cadeia pública, os seguintes detentos: Onivaldo Jacinto Borges, Paulo Cesar Nolasco, Orlando Borges Jacinto, Ernandes Batista Barbosa Moura, Ronaldo Rodrigues Barbosa. Também estão foragidas Rosilei Aparecida Antunes da Silva, Elzencleve Lima dos Santos e Keila de Oliveira Ramos.

Para o funcionário da cadeia, a fuga desses presos já era anunciada. Quando perguntado se a prisão oferece alguma segurança, o funcionário não pensa duas vezes e enumera os diversos problemas que a cadeia tem.

“Aqui não tem segurança, os cadeados são fracos, até com cabo de vassoura estouram os cadeados daqui e conseguem fugir. O muro também é muito baixo, qualquer um pode jogar qualquer um pode jogar um objeto de fora para dentro. As câmeras de segurança e nem o sistema de alarme funcionam.

Até o Ministério Público Estadual já reconheceu a precariedade da cadeia, já que no dia 25 de março, o juiz Marcus Abreu de Magalhães interditou a prisão. Ele atendeu um pedido de antecipação de tutela contido em Ação Civil Pública proposta pela Defensoria Pública.

Para a interdição, o MPE realizou estudos com engenheiros, médicos e fiscais de saúde que constataram a situação lamentável e desumana em que se encontravam os presos e a carceragem da Polícia Civil do Município, fato que levou à necessidade de se fechar o local e a transferência dos presos O pedido de antecipação de tutela aceito pelo Juiz garantiu o cumprimento do fechamento do local, que não deverá receber novos presos até obras serem feitas para regularizar a situação.

Questionado sobre a interdição, o funcionário diz que até agora nada mudou. “Mandaram interditar, antes da fuga, aqui havia 27 presos, mas ninguém foi transferido pela Agepen”.

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