Ferrari diz que não deverá mais dar ordens contra Barrichello

Quase duas semanas depois da polêmica decisão que deu a vitória no GP da Áustria para Michael Schumacher, o discurso da Ferrari começou a mudar hoje, no primeiro dia de treinos livres para o GP de Mônaco de F-1. O diretor esportivo da escuderia, Jean Todt, chegou a admitir que a ordem para Rubens Barrichello […]

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Quase duas semanas depois da polêmica decisão que deu a vitória no GP da Áustria para Michael Schumacher, o discurso da Ferrari começou a mudar hoje, no primeiro dia de treinos livres para o GP de Mônaco de F-1.

O diretor esportivo da escuderia, Jean Todt, chegou a admitir que a ordem para Rubens Barrichello dar passagem ao alemão na última volta da prova foi uma decisão ´dolorosa”, que não deve ser tomada novamente.

Apesar disso, o dirigente minimizou as críticas dos torcedores, dizendo que foi uma atitude normal, um simples jogo de equipe.

“A F-1 é um campeonato. Temos uma estratégia. Atualmente, achamos que não podemos abrir mão de quatro pontos”, analisou.

Schumacher admitiu hoje que as vaias da torcida, no pódio austríaco, o abalaram.

“Nunca passei por situação semelhante na carreira. Mas fiquei surpreso com a atitude da torcida. Faz parte da estratégia. É a equipe que decide isso [troca de posições entre os pilotos]”, disse o alemão.

No momento, Schumacher lidera o Mundial de pilotos, com 54 pontos, o dobro do segundo colocado, o colombiano Juan Pablo Montoya, da Williams. A grande vantagem já obtida pelo alemão, porém, ainda é insuficiente, na avaliação da Ferrari.

“Nosso carro é muito bom, mas podemos ser surpreendidos. Queremos estar preparados para o caso de nossos adversários melhorarem”, afirmou Todt.

Para o dirigente ferrarista, o diferencial desta temporada será a “guerra” dos pneus. A Ferrari é a única equipe de ponta que é abastecida pela Bridgestone. “Muito da nossa vantagem se deve à Bridgestone. Mas a Michelin ainda pode melhorar”, analisou Todt.

Segundo o presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Max Mosley, a atitude da Ferrari repercutiu mais do que a morte de Ayrton Senna, no GP de San Marino, em 1994.

“Recebi mais faxes do que quando Senna morreu. Os torcedores não foram contra a F-1, mas contra a Ferrari. Mas é de polêmicas como essa que vive a categoria”, afirmou o dirigente.

Hoje, a Ferrari fez uma pequena festa para Barrichello, que completou 30 anos. A comemoração foi fechada aos integrantes da equipe, que comeram bolo de chocolate e beberam champanhe.

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