Explicou os motivos que levaram o time a não empolgar 

As dificuldades encontradas pela Seleção Brasileira nos três primeiros jogos das Eliminatórias à Copa do Mundo de 2018 não estão relacionadas às falhas técnicas da equipe, mas às adversidades históricas que marcam a competição. A avaliação, feita pelo técnico Dunga em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, em Salvador, visa explicar os motivos que levaram o time a não empolgar nos duelos contra Chile, Venezuela e Argentina. “Eliminatórias são uma história de superação. E continuará sendo assim”, disse o treinador.

“Estamos no início do campeonato. Ele será longo, complicado como sempre foi. Vemos muito o momento, mas se analisarmos as Eliminatórias passadas, Brasil e Argentina também passaram por dificuldades. Eu me recordo que em 1990 ou 1994 foi muito parecido. O mais importante é nos concentrarmos no que está programado, independentemente do que todo mundo fala ou cobra. Precisamos ter convicção no que estamos fazendo”, acrescentou.

Com quatro pontos somados nas três primeiras rodadas das Eliminatórias, o Brasil ocupa a quarta posição na tabela de classificação. Aliado aos fracassos recentes nas últimas edições da Copa do Mundo e Copa América , o desempenho irregular do time canarinho tem irritado a torcida brasileira com frequência. Dunga, ciente da pressão que o público na Fonte Nova fará na expectativa de ver uma boa apresentação da Seleção, pediu paciência aos torcedores no duelo desta terça-feira, contra o Peru. Todos os 45.000 ingressos foram vendidos para o confronto.

“O torcedor que está assistindo aos demais jogos sabe da importância de apoiar a equipe. Os gols estão saindo no segundo tempo, os detalhes é que estão decidindo as partidas. É preciso ter paciência, porque as equipes vêm fechadas. Pedimos paciência sem animosidade, mas temos que estar prontos para enfrentar a pressão”, declarou o técnico, que voltou a afastar qualquer possibilidade de ter seu trabalho interrompido.

“Ameaçado?”, indagou Dunga, ao ser perguntado sobre as pressões externas. “Isso é do futebol . É normal a cobrança que se tem em todas as profissões. Comentamos sobre os trabalhos de longo prazo, mas focamos só no resultado. Mas ‘ameaçado’ é uma palavra um pouco forte. Você se sente ameaçada se não fizer um bom trabalho”, questionou Dunga a uma repórter.

Como de costume, Dunga optou por fechar o treino desta segunda-feira e só permitirá a entrada da imprensa e dos torcedores nos 15 minutos finais das atividades. Para o treinador, a medida favorece a concentração dos atletas. “A melhor coisa é você treinar, conversar e repetir com os jogadores. Questioná-los para que haja uma interação com a comissão, perguntar sobre o que podemos melhorar. Damos liberdade a eles. Mas é importante ter privacidade para fazer as coisas. Estávamos fazendo um treino recentemente e um cara começou a gritar a um metro do campo. O jogador perde a concentração e o foco. Vocês vão dizer que eu sou chato, mas isso precisa ter o seu momento”, afirmou.