‘A correnteza estava do meu lado’, diz Mineirinho, campeão mundial de surfe

Mineirinho também contou como as coisas evoluíram

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Mineirinho também contou como as coisas evoluíram

Adriano Mineirinho de Souza, o mais novo campeão mundial de surfe, desembarcou no Brasil nesta terça-feira e, antes de desfilar em carro do Corpo de Bombeiros no Guarujá, sua cidade natal, conversou com a imprensa em São Paulo. Com o troféu sempre ao seu lado, o brasileiro iniciou a coletiva agradecendo a todos que o ajudaram.

“Está sendo um sonho estar presenciando isso. Claro que nós atletas almejamos muito chegar aqui, mas não temos noção depois que acontece. Gabriel ano passado mostrou como chegar até o topo e estou muito feliz de ter traçado esse caminho, de trazer esse título mundial pra casa. Agradeço meu irmão, minha família, minha futura esposa, claro que tem um pedaço deles nesse troféu. Muito obrigado a todos por acreditarem que esse dia chegaria”, afirmou Mineirinho.

Mineirinho ressaltou a importância de ter conquistado o título no berço do surfe e contra atletas de alto nível.

“Você lutar contra um tricampeão, com experiência que já teve, que tem mais conforto para lidar com a pressão, é díficil. Ele era o favorito, mas mesmo assim eu não baixei a cabeça, sempre acreditei que esse dia poderia chegar, que eu poderia ser campeão”, falou.

“Pra chegar no Havaí com chances, tem que ser muito bom nas dez provas, tem que passar por diversas coisas. Eu consegui provar isso a cada prova. Ser campeão dentro dessa prova, realmente você se consagra internamente como campeão, principalmente contra um cara que queria tanto. Foi uma prova que foi bem disputada. Tudo conspirou ao meu favor, a correnteza estava do meu lado”, acrescentou.

Com dez atletas garantidos na elite em 2016, o Brasil será um dos países com maior número de representantes e isso, para Adriano, aumenta o favoritismo do país em ser campeão pela terceira vez seguida, porém é preciso de mais para levantar o caneco.

“Eu acho que só vai depender desses 10 atletas que vão representar ano que vem, todos eles têm condições de ser campeão. O favoritismo sempre vai acontecer, mas nem sempre o favorito é campeão. É um exemplo pra essa mulecada que está chegando agora. Única coisa que precisamos é acreditar mais nos atletas brasileiros. Esses garotos estão dando duro lá fora, o máximo que podem. Vamos pra cima!”, continuou.

Mineirinho também contou como as coisas evoluíram desde que ele começou a surfar.

“Foram muitos anos de batalha. Desde a época do júnior, quando fui campeão mundial sub-21, muitas pessoas não acreditavam. Graças a Deus hoje o esporte teve uma evolução muito grande. O que eu demorei cinco anos pra aprender, essa molecada aprende em seis meses. Pra mim as coisas foram mais dolorosas e sofridas, porque demorei muito pra aprender as coisas e continuo aprendendo”, disse.

Muito foi falado que Adriano ficaria no Havaí após conquistar o título para treinar, mas a motivação de ver a família e trazer o troféu para casa o fez mudar de opinião. Mas ele,

perguntado sobre o assunto, explicou o porquê da vontade de permanecer na América do Norte.

“O Kelly Slater tem 11 títulos e ficou pra treinar, então eu queria ficar também. Ele é um exemplo, por isso queria ficar, se ele precisa, eu muito mais. Mas eu tive que voltar por vários motivos como trazer o troféu de volta pro Brasil”, afirmou.

Apesar do apelido, como todos sabem, Adriano nasceu na cidade do Guarujá, litoral de São Paulo. Ele mostrou-se orgulhoso da sua origem e contou como o lugar o ajudou para aprender a surfar.

“Poder representar o Guarujá pra mim é uma honra. Minha origem, minha casa. Acho que lá é um dos melhores lugares pra se aprender a surfar, ondas calmas… Mas pra conquistar o mundo não da pra ficar só no Guarujá. Enfim, tenho muito orgulho de onde eu vim”, salientou o brasileiro. 

Questionado sobre a próxima temporada, Mineirinho ressaltou que não faltará luta para tentar o bicampeonato.

“Eu não sei do dia de amanhã. O que eu quero é mesmo viver intensamente a oportunidade de hoje, de saborear o troféu com família, amigos, estar em casa dormindo na minha própria cama. Isso no momento me faz feliz. Claro que vou voltar aos treinamentos, me comportar como no início de 2015… Vou em frente, em busca, não sei onde vou parar. A única coisa que prometo é que vou lutar até o fim, independentemente de adversário ou dor”, finalizou.

Logo após de ter conquistado o título, ainda quando saía das águas de Pipeline, o surfista, com lágrimas nos olhos, agradeceu ao seu irmão, Angelo de Souza, por ele ter comprado, por 30 reais, sua primeira prancha. Angelo mostrou satisfação por seu irmão ‘ter trilhado o caminho certo’ com um presente dado por ele.

“Eu amo o Adriano, sempre quero tudo de bom pra ele. Quando ele pediu a prancha, eu queria um caminho legal pra ele. Fico feliz que daquela pranchinha de 30 reais ele trilhou o caminho certo”, revelou Angelo.

Mineirinho agora segue para o Guarujá, onde desfilará pela cidade em um carro do Corpo de Bombeiros.

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