Onda de calor afeta animais e pode prejudicar produção de leite e aves em Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul pode registrar recorde de temperaturas nesta quinta-feira

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Vacas leiteiras sofrem com o calor (Foto: Sindicato Rural de Campo Grande)

Mato Grosso do Sul está no epicentro de uma onda de calor, com previsão de temperaturas até 5°C acima da média e, além do ser humano, o calor afeta também os animais. Aves e vacas leiteiras sãos mais sensíveis às mudanças climáticas e calor pode comprometer a produção.

Parte das mudanças climáticas é efeito do fenômeno El Niño, que tem como característica a elevação das temperaturas, mas também da ocorrência de temporais de grande intensidade. Na prática, é possível sentir as mudanças no calor e nas chuvas atípicas.

Presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Alessandro Coelho destaca que em Mato Grosso do Sul, onde o clima tem suas peculiaridades, como estiagem forte nessa época do ano, fenômenos como o El Niño podem ser sentidos com mais rapidez pelos animais. A pecuária leiteira é um setor bastante afetado pelo calor.

“O calor é um fator preocupante na pecuária leiteira, que é mais sensível ao estresse térmico e faz com que diminua a produção em dias quentes. O animal tem dificuldade até de se locomover até em dias de muito calor, principalmente quando criado a pasto”, explica Alessandro.

O presidente do sindicato alerta que é preciso ter cuidados com os animais, principalmente na hora da ordenha, quando ele é submetido a maior estresse térmico. Por isso, adotar medidas de bem-estar animal podem ajudar até na produção de leite, como, por exemplo, instalar climatizadores no local de ordenha.

“Em outras regiões e países é mais comum que a ordenha seja feita em local climatizado, porque isso proporciona mais conforto ao animal. Para os nossos produtores daqui a gente recomenda fazer o possível para proporcionar conforto e alívio a rebanho leiteiro”, afirma Coelho.

Amplitude térmica prejudica desempenho de aves

As aves também são afetadas pelas mudanças climáticas, principalmente quando há amplitude térmica alta, como manhãs frias e dias muito quentes. A presidente da Avimasul (Associação dos Avicultores de MS), Kelma Torezan, afirma que há no setor muita preocupação com conforto térmico dos animais.

“A amplitude térmica gera um estresse e diminui o desempenho dos animais. No entanto, a maioria das granjas no MS estão bem preparadas com exaustores, placas evaporativas, nebulização para proporcionar conforto ao frango, mesmo tendo temperaturas externas na media de 40 graus”, afirma Kelma.

Para evitar problemas e garantir o bem-estar dos animais, médicos veterinários acompanham diariamente as granjas de aves e fazem adaptações no manejo e nas programações de ambiência dos painéis de acordo com a necessidade da ave em cada situação climática.

“Nestes dias de previsão de temperaturas altas somos orientados a prestar atenção no comportamento da ave para verificar se a programação de ambiência e manejo está sendo adequada, e caso seja necessário, faça adaptações e ajustes para manter a granja mais confortável possivel ao frango”, detalha a presidente da Avimasul.

El Niño pode beneficiar desempenho da soja

Já o principal grão do Estado não sofre tanto com as altas temperaturas. De acordo com a Aprosoja/MS (Associação de produtores de soja de MS), a técnica de plantio direto ajuda a manter a temperatura amena e garante que a semente de soja se desenvolva bem.

“Historicamente, temos aumento de safra em anos de El Nino e, se as chuvas ocorrerem em janeiro e fevereiro, período de maior demanda hídrica, podemos ter uma safra de grandes resultados”, disse o presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi.

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