Com 15 mi de toneladas de soja, MS tem safra recorde e problemas com armazéns e logística

Apesar da supersafra, produtores relatam problemas com o preço para venda e falta de espaço para armazenagem dos grãos

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Colheita da soja realizada em Rio Brilhante, em fevereiro. (Foto: Aprosoja/MS)

Mato Grosso do Sul produziu 15 milhões de soja na safra 2022/23, o que representa volume 72,65% maior que a safra passada. O montante é motivo de orgulho para produtores rurais, mas também de preocupação já que o Estado enfrenta dois grandes gargalos, de armazenagem e logística.

Os dados da safra foram apresentados nesta terça-feira (23) pela Aprosoja/MS, em Maracaju, durante a abertura do Showtec. A produtividade média do Estado chegou a 62,44 sacas por hectare, com aumento de 61% em relação à safra passada. Também teve expansão de 7% na área plantada com soja.

Recentemente, o Jornal Midiamax mostrou que a comercialização da soja está baixa, devido a dificuldades com o preço. Na esperança de conseguir preços melhores para a venda, produtores estocam os grãos, mas por pouco tempo, já que a safra de milho está em curso.

Presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Alessandro Coelho afirma que Mato Grosso do Sul atualmente enfrenta problemas com armazenagem e logística. “Se tivéssemos capacidade de armazenagem e porto pra escoar a produção, nós não estaríamos nessa situação. Os portos não dão vazão para a demanda de soja que temos”.

Porto Murtinho ajuda, mas é insuficiente

Entre janeiro e abril de 2023, as exportações pelo porto de Porto Murtinho subiram 553% em relação ao mesmo período do ano passado. Por lá passaram 336 mil toneladas em quatro meses do ano, contra 48 mil toneladas no mesmo período do ano passado. Os dados são do Comex Stat.

“Ter o porto de Murtinho é ótimo e se tornou uma boa alternativa para escoar a produção, mas ele é pequeno para toda a demanda. Apesar de Mato Grosso do Sul ter uma posição privilegiada, temos dificuldade de exportar e também não temos espaço para toda a armazenagem”, comenta Alessandro Coelho.

Carlos Dávalo, da Granos Corretora, comenta que o porto tem se consolidado como uma boa alternativa para enviar soja à Argentina. “Temos em torno de 600 mil toneladas de soja para embarcar por Porto Murtinho esse ano”.

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