Cepea comprova elevações nos custos de produção das hortaliças entre janeiro e abril
Cepea atesta, ainda, que esta tendência negativa para os consumidores começou ano passado e persiste em 2022
Elias Luz –
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O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), pertencente à Esalq (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”), da USP (Universidade de São Paulo), disponibilizou amplo material que comprova a continuidade da elevação dos custos de produção das hortaliças. Os dados referentes a cada cultura agrícola estão na revista Hortifruti Brasil, que traz ainda uma sinalização de alerta para agricultores e consumidores finais sobre a permanência dos custos altos.
Um dos casos mais emblemáticos nesta edição foi registrado Mogi Guaçu (SP), interior de São Paulo, que é um importante região produtora de tomate. Neste caso, a elevação acumulada dos custos em dois anos é de expressivos 51%. Apenas para o orçamento de 2022, o aumento estimado é de 27%. Já em Caçador, interior de Santa Catarina, a safra de verão de tomate que acaba de ser encerrada (2021/22) registrou incremento de 37% nos gastos frente à temporada passada, no caso da grande escala de produção, e de 50% para a pequena escala.
Para a cebola, na região de Lebon Régis, também em Santa Catarina, a alta dos custos foi de 34% frente à temporada passada. Os fertilizantes seguem, em 2022, como protagonistas da alta dos custos de produção. Pelo segundo ano consecutivo, a valorização do insumo tem sido intensa. No início de 2022, até houve enfraquecimento no movimento de avanço nos preços, tendo em vista que adversidades globais e internas geradas pela pandemia de covid-19, entre outros fatores, frearam o ritmo de alta.
A partir de março deste ano, após a invasão da Rússia na Ucrânia, os valores do insumo voltaram a disparar, já que esses países são importantes fornecedores globais de fertilizantes, sobretudo do Brasil. A alta dos fertilizantes, no acumulado do ano, é de 150%. Outro importante item que impulsiona os custos neste ano é o petróleo. A valorização do combustível fóssil eleva os gastos com diesel e, consequentemente, encarece as operações mecânicas e os fretes, resultando em aumentos nos preços de diversos outros insumos agrícolas.
A mão de obra também vem elevando os custos no campo. Todos os produtores de cebola e tomate consultados pela equipe de Hortifrúti, do Cepea, indicaram agravamento na dificuldade em se contratar mão de obra, o que tornou esse item ainda mais caro. Para 2023, um novo aumento expressivo nos custos deve ser verificado, já que os valores dos componentes não param de subir. Mas, como o produtor de hortaliças pode lidar com esses aumentos? No momento, a recomendação para os produtores é que continuem cautelosos quanto aos investimentos, assim como boa parte já vem fazendo desde o início da pandemia.
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