Sem pagamentos, indústria do carvão paralisa fornecimento para siderúrgica
Setor fornece 1,5 metros cúbicos diários
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Setor fornece 1,5 metros cúbicos diários
A indústria do carvão vegetal de Mato Grosso do Sul interrompeu o fornecimento da matéria-prima para a Vetorial Siderurgia em Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande, desde a tarde desta terça-feira (19). Segundo o sindicato da categoria, os pagamentos estão em atraso há 70 dias. Representante da siderúrgica alega dificuldades financeiras por conta da crise e afirma que nos próximos dias os vencimentos comecem a ser regularizados.
O presidente do SindiCarv-MS (Sindicato das Indústrias de Carvão Vegetal de Mato Grosso do Sul), Sérgio Polini, cerca de 90% do setor aderiu ao movimento e desde às 15h de terça-feira diversos empresários se posicionam na entrada da siderúrgica para impedir entrada de caminhões. Segundo ele, desde o início do protesto, cerca de 700 m³ não puderam ser descarregados.
“Não vamos deixar descarregar enquanto não tiver proposta que atenda minimamente o setor. Estamos negociando há mais de 30 dias e as propostas não atendem minimamente as necessidades. O atraso é superior a 60 dias e estamos num momento crítico onde os empresários estão com grande dificuldade em pagar salários, décimo terceiro e devolver os funcionários para as regiões”, diz Sérgio, explicando que muitos trabalhadores vem de outros estados.
“Queremos que seja praticamente à vista. Todos os nossos insumos são à vista. O setor não suporta receber com 60 dias de vencido”, alega o presidente do sindicato. Segundo ele a Vetorial recebe carvão de mais de 30 fornecedores, entre pequenos, médios e grandes. A categoria pretende levar a paralisação indefinidamente se não receber proposta.
Sérgio reconhece a interdependência entre as partes. “A Vetorial é importante para o setor, mas o setor também é importante para a Vetorial. Não dá para somente os empresários se sacrificarem, a Vetorial também precisa fazer sua parte”, argumenta.
O que diz a Vetorial
Representantes da empresa confirmam o atraso dos pagamentos sem especificar por quanto tempo e quantos fornecedores foram afetados. De acordo com informações fornecidas para o Jornal Midiamax, a empresa passa por dificuldades a vários anos, o que acarretou no não cumprimento de compromissos financeiros a fornecedores.
A Vetorial Siderurgia afirma que está empenhada em resolver a questão e que nos próximos dias começa a regularizar os pagamentos, sem, no entanto, informar datas específicas. Questionada sobre a possibilidade de ficar sem estoque de carvão para abastecer o forno que ainda está em funcionamento, a empresa respondeu dizendo que vai reverter a situação antes que isso aconteça.
Dificuldades do setor
O presidente do SindiCarv-MS relata que há poucos anos a produção mensal de carvão vegetal girava em torno 300 mil m³ e atualmente caiu para cerca de 70 mil m³. Segundo ele, aproximadamente 65% desta produção é destinada à Vetorial. O setor emprega de 4 a 5 mil pessoas em todo o estado.
O discurso de crise também é proferido pela siderúrgica, que alega passar por dificuldades há 8 anos. A unidade de Corumbá trabalha com metade da capacidade de produção. A unidade de Ribas do Rio Pardo teve os fornos desligados em agosto de 2014.
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